Título: BB e Caixa serão sócios em empresa
Autor: Mônica Izaguirre
Fonte: Valor Econômico, 21/09/2005, Finanças, p. C8

Integração Os dois bancos federais ampliam caixas de uso comum

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal vão criar, até o fim do ano, uma subsidiária comum para administrar a sua rede compartilhada de atendimento, dentro do projeto batizado Bancos Integrados. Segundo disse ao Valor o vice-presidente de varejo do BB, Antônio Lima Neto, a decisão foi tomada diante do sucesso da experiência piloto iniciada em 24 fevereiro deste ano em três capitais. Assim, o que hoje é apenas um acordo operacional se transformará numa sociedade. Pelo menos dois bancos privados também deverão ser sócios da futura empresa, admite Lima Neto. No momento, ele prefere manter os nomes desses potenciais parceiros em segredo. Mas, segundo fontes do mercado financeiro, as negociações em estágio mais avançado são com o Bradesco e o Real ABN AMRO. "A realidade mostrou que constituir uma nova sociedade faz sentido", disse o vice-presidente do BB, referindo-se ao projeto piloto implementado em 814 pontos de Curitiba (PR), Brasília (DF) e Recife (PE). Nestas três cidades, as transações de clientes do BB em máquinas da Caixa e vice-versa somaram 900 mil operações até fim de agosto, a maioria saques. Foram sacados R$ 59 milhões, 70% por correntistas do BB. Conforme Lima Neto, a experiência deu tão certo que, anteontem, foi estendida a mais 17 Estados, inclusive fora das capitais. Assim, além de no Paraná, Distrito Federal e Pernambuco, as duas instituições financeiras estatais passaram a compartilhar a rede de terminais também em cidades do Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. Nos 20 Estados, serão compartilhados, num primeiro momento, 5.535 pontos de atendimento, dos quais 3.223 casas lotéricas e 2.212 máquinas de auto-atendimento, 1.715 do Banco do Brasil e 497 da Caixa. Os pontos, localizados em shoppings, supermercados e outras áreas externas, serão identificados com a marca Bancos Integrados. Até o fim do ano, o número de terminais disponíveis para uso comum dos clientes dos dois bancos subirá para cerca de 7.300, dos quais 6.200 do BB. A Caixa vai compartilhar 1.100 máquinas e entrará com toda a a rede de casas lotéricas, que atualmente chega a 8.700. No total, portanto, serão cerca de 16 mil pontos de atendimento. Lima Neto informa que, até a constituição da subsidiária comum, a intenção é aumentar também os tipos de transação disponíveis nos terminais integrados. Serão incluídos pagamentos de contas e boletos, retirada de extrato e transferências interbancárias, num primeiro momento só entre os bancos sócios. Hoje, o compartilhamento abrange só saque e verificação de saldo. Lima Neto explica que a formação da nova empresa permitirá aos seus sócios fazer investimentos comuns em expansão de rede, o que trará economia, tanto na implantação quanto na manutenção das máquinas. O aluguel de espaço para um terminal bancário de auto-atendimento num aeroporto de grande movimento como Congonhas, por exemplo, custa até R$ 20 mil mensais. O investimento por máquina, por sua vez, fica entre de R$ 20 mil e R$ 30 mil.