Título: Migração para modelo digital pode levar cinco anos
Autor: Taís Fuoco
Fonte: Valor Econômico, 27/09/2005, Empresas &, p. B3

Radiodifusão

Com duas novas permissões publicadas ontem no "Diário Oficial", o Brasil já tem seis emissoras de rádio devidamente autorizadas a realizar testes de transmissão digital, primeiro passo para a atualização tecnológica dessa mídia, que atinge 96% dos lares brasileiros. O processo completo de migração do rádio analógico para o digital, entretanto, pode demorar entre quatro e cinco anos. Essa é a expectativa de Edilberto de Paula Ribeiro, presidente da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Aesp). A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem concedido autorização a todas emissoras que querem testar o serviço digital, mas alerta que o padrão definitivo ainda não está escolhido, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão regulador. A União Internacional de Telecomunicações (UIT) aprovou dois padrões para a digitalização do rádio - a americana In Band On Channel (Iboc) e a européia Digital Radio Mondiale (DRM). As seis emissoras autorizadas a realizar testes até agora escolheram o Iboc, que, na opinião de Ribeiro, "é a mais indicada à realidade do país", já que permite usar a mesma freqüência tanto para as transmissões analógicas e digitais. Neste primeiro momento, em que essas emissoras passarão a fazer transmissões digitais, nada muda na casa do usuário, com exceção da qualidade do conteúdo distribuído. "A transmissão digital tem uma qualidade infinitas vezes melhor", diz o presidente da Aesp, que salienta a ausência dos chiados e ruídos.