Título: Cartão deve faturar R$ 89,8 bi até setembro
Autor: Bianca Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 28/09/2005, Finanças, p. C2

O crescimento do volume de operações de cartão de crédito no Brasil e o aumento no faturamento do setor continuam confirmando as expectativas positivas para este ano. Conforme dados divulgados ontem pela Credicard, no mês de setembro o mercado de cartões de crédito deve registrar faturamento 27,5% superior ao obtido em setembro do ano passado, o que corresponde a um montante de R$ 10,5 bilhões. No acumulado deste ano, até setembro, o faturamento terá alcançado R$ 89,8 bilhões, o equivalente a um aumento de 26,6% em comparação aos nove primeiros meses do ano passado. Em relação ao ao volume de transações, neste mês os 63,5 milhões de plásticos em circulação no país devem responder por 120 milhões de operações, somando, desde janeiro, 1,034 bilhão de transações. A Credicard avalia que até o final do ano o número deve chegar a 1,630 bilhão. Segundo Fernando Chacon, diretor executivo de Marketing da Credicard, os números permitem sustentar uma perspectiva de crescimento real de 18,8% para o faturamento total deste ano, cuja estimativa é de R$ 127 bilhões. No ano passado, quando a expansão real do faturamento foi de 12,8% ante 2003, o faturamento atingiu R$ 100,4 bilhões. Os dados de setembro, ainda preliminares, devem ficar ligeiramente abaixo do resultado obtido pelo setor no mês passado, mas, segundo Chacon, o efeito é sazonal, devido às compras estimuladas pelo Dia do dos Pais, comemorado no segundo domingo de agosto. No mês passado o faturamento do mercado brasileiro de cartões de crédito foi de R$ 10,9 bilhões, com 124 milhões de transações. "Mas o crescimento é consistente", diz Chacon, chamando a atenção para o fato de que a expansão de 27,5% verificada neste mês, ante setembro do ano passado, supera a variação positiva de 20,4% apurada naquele mês ante setembro do ano anterior. O gasto médio por operação, de R$ 88, vem se mantendo uniforme desde o início do ano e Chacon admite que o valor do tíquete médio não vem acompanhando a inflação. Embora haja substituição dos meios de pagamento, o que estimula o uso, o executivo explica que o plástico passa a ser usado também para operações de menor valor. "O aumento de gasto depende da renda", diz Chacon, lembrando que nos últimos anos o consumidor assumiu outros custos, como o uso do celular, que dificultam a expansão do gasto sem o aumento da renda. O executivo reforçou que a estratégia para impulsionar o faturamento do setor continua sendo a conquista da população de baixa renda. Além disso, a melhora do desempenho do mercado de plásticos conta com um "mecanismo automático" de substituição progressiva de outros meios de pagamento, sobretudo cheque, por cartões.