Título: Socorro à Grécia
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Fonte: Correio Braziliense, 24/04/2010, Economia, p. 15

A Grécia apelou ontem a seus parceiros europeus e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) por empréstimos emergenciais, rendendo-se à pressão dos mercados para que seja posta em prática a primeira operação financeira de socorro a um país membro da Zona do Euro. O primeiro-ministro George Papandreou requisitou um pacote de 45 bilhões de euros (US$ 60,5 bilhões) depois que investidores, temendo uma possível inadimplência, empurraram os custos dos empréstimos para níveis recordes, minando os esforços do governo para cortar sua dívida acumulada, no valor de 300 bilhões de euros. ¿É uma necessidade imperativa e nacional pedir oficialmente a nossos parceiros na UE a ativação do mecanismo de apoio que criamos em conjunto¿, disse Papandreou. Os mercados europeus se animaram brevemente com o anúncio, mas caíram à medida que investidores diziam que o pacote traria um alívio apenas a curto prazo. A Grécia poderia ser forçada a adotar medidas de austeridade mais duras, aprofundando sua recessão. A crise grega abalou a confiança na moeda única, compartilhada por 16 dos 27 membros da União Europeia, desencadeando temores de que poderia espalhar-se para Portugal e Espanha, que também passam por dificuldades, e alimentando o ceticismo em algumas áreas sobre a sobrevivência do euro a longo prazo. Para o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, a situação fiscal de Portugal é séria, mas o país tem condições de enfrentar os problemas, que são diferentes dos da crise grega. ¿Acho que a situação portuguesa é séria, mas diferente da vista na Grécia por várias razões. E tem de ser enfrentada com responsabilidade. As medidas têm de ser implantadas com determinação¿, afirmou.