Título: Pesquisa mostra que faltam 5,8 milhões de residências
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 04/10/2005, Brasil, p. A5

Os últimos dados referentes ao déficit habitacional do Brasil não são tão velhos como quer crer o presidente da República. Luiz Inácio Lula da Silva. Eles foram calculados no ano 2000 pela Fundação João Pinheiro, por encomenda do Ministério da Cidades. A pesquisa levantou um déficit habitacional básico de 5,8 milhões de moradias com base no Censo Demográfico do IBGE, de 2000. O número anterior era de 5,3 milhões de moradias, calculado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 1999. O déficit habitacional a que o presidente se referiu, de 6,6 milhões de moradias, data de 1999. E já saltou para 7,2 milhões de moradias em 2000. O número foi obtido com base no cálculo do que se chama de "déficit habitacional estendido", diferente do déficit habitacional básico, porque leva em conta não apenas a co-habitação e as moradias precárias, mas também o aluguel de valor acima de 30% da renda familiar e a depreciação das residências com mais de 50 anos. Esses números mostram que as regiões Nordeste e Sudeste lideram as necessidades habitacionais, representando 71,9% do total do país. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, na região Sudeste, que concentra um déficit habitacional de 2,3 milhões de moradias, são as com maiores necessidades de novos domicílios. Por faixa de renda média familiar mensal o déficit habitacional é maior entre as classes de mais baixa renda. Ele é de 82,5% para as famílias que ganham até 3 mínimos por mês e de 2,3% para as que ganham mais de 10 mínimos.