Título: Reajuste de Itaipu terá pouco impacto
Autor: Raquel Salgado
Fonte: Valor Econômico, 05/10/2005, Brasil, p. A3

O reajuste nos preços da energia fornecida pela usina de Itaipu terá um impacto muito pequeno nos preços praticados ao consumidor. Pelos cálculos de Alex Agostini, economista-chefe da consultoria Global Invest, uma alta de 2,9% na conta de luz - valor estimado pela usina - deverá contribuir com 0,11 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse impacto contabiliza o reajuste para as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, Brasília, Porto Alegre e Curitiba, que compram energia de Itaipu. A Global Invest não vai revisar a estimativa para o IPCA nem deste nem do próximo ano. Para 2005, a projeção é de uma inflação de 5,2% e para o ano seguinte, de 4,54%. O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Thadeu Gomes Filho, também acredita que o efeito desse reajuste será restrito. Sua previsão para o IPCA deste ano (5,05%) permanece a mesma porque ele já contabilizava um aumento de 2,75% nos preços da energia elétrica durante os meses de novembro e dezembro. Para ele, essa variação contribuirá com 0,15 ponto percentual no IPCA, que baliza o sistema de metas de inflação do Banco Central. A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) será uma das primeiras a repassar o reajuste de Itaipu. A CPFL Piratininga, que distribui energia para 27 cidades das regiões de Sorocaba, Jundiaí e Baixada Santista, tem data-base para aumento da tarifa no próximo dia 23. Segundo a empresa, a elevação de preços já era esperada e a energia comprada de Itaipu é apenas um dos custos da CPFL. A companhia prefere não falar sobre impacto nas tarifas. A Eletropaulo, que só irá reajustar os preços em julho de 2006 também prefere não faz previsões. Nesta segunda-feira, a usina de Itaipu anunciou um reajuste de 12,1% na tarifa de repasse para as distribuidoras. Segundo a usina, a valorização do real encareceu suas despesas, uma vez que os custos são contabilizados em reais e a as receitas em moeda americana.