Título: Produtividade sobe menos e sinaliza mais emprego
Autor: Tatiana Bautzer
Fonte: Valor Econômico, 05/11/2004, Internacional, p. A-9

A produtividade dos trabalhadores americanos cresceu a uma taxa anual de 1,9% no terceiro trimestre, a menor expansão desde os últimos três meses de 2002. Apesar de relativamente baixa, a taxa de crescimento da produtividade (sazonalmente ajustada) superou a expectativa de analistas, de variação positiva de 1,5% a 1,7%.

A desaceleração da produtividade, depois dos 3,9% do segundo trimestre, é esperada há muito e melhora as perspectivas de criação de empregos nos EUA. Mas pode aumentar os riscos de inflação. A longo prazo, a produtividade aumenta a prosperidade, já que as empresas podem aumentar salários sem elevar o risco de inflação. Nos últimos anos, porém, o principal efeito da produtividade foi possibilitar que as empresas trabalhem com menos empregados. Desde o terceiro trimestre de 2003, foram recuperados só dois terços dos 2,7 milhões de empregos cortados nos 2,5 anos anteriores. "Um dos motivos do fraco desempenho do mercado de trabalho foi a grande eficiência", disse em setembro o presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, ao Congresso americano. Greenspan prevê que o crescimento da produtividade nos EUA vai desacelerar até atingir um ritmo "sustentável". Hoje o Departamento do Trabalho deve divulgar dados sobre o mercado de trabalho relativos a outubro. A expectativa é de uma aceleração modesta - de 150 mil -na criação de empregos. Em setembro, as empresas americanas criaram 96 mil postos de trabalho. O relatório do Departamento do Trabalho também mostrou o crescimento acentuado das horas trabalhadas - 2,1% no terceiro trimestre, a maior expansão em cinco anos. Os custos com mão-de-obra aumentaram 1,6% no trimestre, mais que o 1% no segundo. O número de novos pedidos de seguro-desemprego, também divulgado ontem, caiu 19 mil na semana passada, para 332 mil.