Título: Fabricantes temem o fracasso do programa
Autor: Leila Coimbra
Fonte: Valor Econômico, 05/10/2005, Empresas &, p. B9

Os fabricantes de equipamentos para a área de energia estão apreensivos quanto à possibilidade de fracasso do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). A Voith Siemens e a Alstom, que fabricam equipamentos para geração de energia hidrelétrica estão pessimistas e já revisaram para baixo a expectativa de encomendas dos investidores do programa. O vice-presidente da Voith Siemens, Sérgio Parada, acredita que as tarifas das pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) inscritas no programa, de R$ 130 o megawatt hora (MWh) é muito baixa, e não motivará os investidores. "Além disso, muitos não têm fôlego financeiro para tocar os projetos. Ainda não recebemos uma encomenda sequer. Está tudo parado". A Alstom, que acreditava que as PCHs viriam a representar entre 15% e 20% do faturamento desse ano, também revisou para baixo as estimativas. Prevê agora que o segmento não chegará a representar 5% do faturamento total. Já a Areva Transmissão e Distribuição tem uma visão mais otimista. A empresa fabrica linhas e equipamentos de conexão de usinas eólicas e pequenas hidrelétricas à rede, além de projetos integrados de geração a partir de biomassa. O presidente da Areva no Brasil, Sergio Gomes, disse que já fechou três contratos no segmento de biomassa, que somam um total de R$ 100 milhões. Para cuidar desse segmento de energia renovável, a Areva está inclusive aumentando sua equipe e fazendo contratação de pessoal. Mas, segundo Gomes, seus clientes não obtiveram financiamento junto ao BNDES para tocar seu projeto de geração a partir de resíduos de madeira. Para 2006, Gomes acredita que as encomendas na área de energia eólica e de biomassa venham a crescer. "Existe um mercado de 18,5 mil megawatts de energia eólica e de biomassa no país. Se conseguirmos viabilizar apenas uma parte disso, já será uma coisa excepcional". (LC)