Título: Em um mês, BrT chega aos 120 mil celulares
Autor: Talita Moreira
Fonte: Valor Econômico, 05/11/2004, Empresas, p. B-4

A Brasil Telecom GSM conquistou 102 mil clientes em outubro. Somados aos assinantes que já estavam em fase de testes, a empresa terminou o primeiro mês de operação com uma base de 120 mil celulares. A empresa é o braço de atuação na telefonia móvel da Brasil Telecom, concessionária de telefonia fixa que atende as regiões Centro-Oeste e Sul. Até agora, 62% dos clientes são adeptos dos planos pós-pagos. O número contrasta com o mercado brasileiro em geral, onde 80% dos telefones são pré-pagos. A presidente da Brasil Telecom, Carla Cico, disse que a empresa está buscando a maior parte de seus clientes no mercado corporativo, aproveitando as sinergias com o negócio de telefonia fixa. A meta é chegar a 500 mil assinantes até dezembro. Em teleconferência com analistas, Carla disse que a "não há acusação oficial" contra a Brasil Telecom, no processo que investiga espionagem sobre a Telecom Italia que teria sido feita pela Kroll a pedido da empresa. Segundo Carla, a Polícia Federal não fez buscas de documentos na operadora. "Vasculharam a minha casa e o banco Opportunity (controlador da Brasil Telecom), mas não a empresa", disse. Na semana passada, a Polícia Federal fez buscas de documentos sobre a espionagem, numa operação que resultou na prisão de cinco pessoas. "Se alguma coisa acontecer, não vai afetar a Brasil Telecom", disse ela. "Até agora, a companhia não foi envolvida." A operadora divulgou na quarta-feira as demonstrações financeiras do terceiro trimestre, quando teve lucro líquido de R$ 85,2 milhões. O resultado foi 27% inferior ao registrado no mesmo período de 2003. No fim do trimestre, a operadora tinha R$ 3,4 bilhões em caixa. Segundo Carla, parte do dinheiro será usada, em 2005, em investimentos nos segmentos de banda larga e mercado corporativo. A executiva disse que aquisições não estão descartadas, mas ponderou que "não há nada em vista" por enquanto. O balanço ainda não reflete a atividade de telefonia móvel. Isso acontecerá a partir do quarto trimestre e deverá pesar nos resultados. "Em 2005, seremos capazes de manter o crescimento da receita e as margens, exceto pelo impacto das operações de telefonia móvel", disse o diretor de relações com investidores, Marcos Tourinho. No terceiro trimestre, a empresa teve margem operacional de 41,7%, considerando o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (lajida).