Título: Produção industrial aumenta 1,1% em agosto e atinge 5,1% em 12 meses
Autor: Vera Saavedra Durão
Fonte: Valor Econômico, 07/10/2005, Brasil, p. A3
A produção industrial brasileira voltou a crescer em agosto a uma taxa de 1,1% na comparação com julho, descontados os efeitos sazonais, conforme dados do IBGE. Ante o mesmo mês de 2004 o aumento foi de 3,8%. No ano, acumulou aumento de 4,3% em relação ao mesmo período de 2004, repetindo a taxa de julho. Nos últimos 12 meses, o acumulado ficou em 5,1%, menor que o de julho (5,9%). Após cair 1,9% em julho, o crescimento de 1,1% em agosto fez a produção industrial voltar a se aproximar do nível recorde atingido em junho passado. O resultado de agosto não foi suficiente para influir nas avaliações de um PIB mais fraco no terceiro trimestre do ano, feita por bancos e consultorias, que mantiveram as expectativas de crescimento do indicador na faixa de 0,5% a 0,8%, ante uma taxa positiva de 1,4% no segundo trimestre. Para Nilson Teixeira, economista-chefe do CSFB, o crescimento da indústria em agosto deveu-se a fatores pontuais, como número de dias úteis (agosto teve mais dois dias úteis que julho e um a mais que agosto de 2004). Ele citou ainda o processamento do fumo em folha que teve expansão de 33% ante agosto de 2004, contribuindo com 0,3 ponto percentual para o índice geral. E destacou o comportamento do refino de petróleo e da produção de álcool - crescimento de 10,6% na comparação anual, contribuindo com 0,8 ponto percentual para o resultado global. Segundo Teixeira, se fossem excluídos esses dois itens (que juntos deram contribuição de 1,1 ponto percentual para o resultado de agosto), o crescimento da indústria cairia para 2,7% em agosto, o que significaria alta de apenas 0,5% na margem. Os dados do IBGE revelam quem entre os 23 ramos com ajuste sazonal, 11 cresceram. Os principais impactos positivos vieram de: fumo (25,1%), farmacêutica (6,2%), máquinas e equipamentos (3,2%), refino de petróleo e produção de álcool (2,4%) e bebidas (5,8%). Na comparação com julho, por categoria de uso, o segmento de bens de capital alcançou em agosto a taxa mais elevada (3,1%), depois de despencar 7,1% no mês anterior. Com variação de 0,1%, o setor de bens intermediários se manteve estável em relação a julho e não reverteu queda ocorrida de junho para julho (-1,9%). A produção de bens duráveis, que já caíra em julho (-6,4%) foi o único segmento em queda (-1,7%), enquanto bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (1,6%) cresceram acima da média global da indústria, surpreendendo analistas. Em relação a agosto de 2004, o setor bens de consumo duráveis (13,0%) cresceu acima da média (3,8%).