Título: Berzoini abre cinco mil votos de frente sobre Pont
Autor: César Felício e Caio Junqueira
Fonte: Valor Econômico, 11/10/2005, Política, p. A5

Partidos Diferença deve diminuir com votos mineiros e baianos

O candidato do Campo Majoritário à presidência do PT, Ricardo Berzoini, terminou a apuração ontem com 51,4% dos votos no segundo turno da eleição petista, contados 197 mil votos, ou 83,3% do total. Raul Pont, da radical Democracia Socialista, obteve cinco mil votos a menos que Berzoini, ou 48,6%. O deputado federal alinhado ao Planalto é o grande favorito para a vitória, mas o resultado não é definitivo, dada a grande diferença da distribuição geográfica dos votos. Dos 92 mil votos de Pont, cerca de 17 mil vinham de Minas Gerais e Bahia, Estados em que a contagem de votos só terminará na quinta-feira. Caso mantenha a vantagem nestes dois Estados, Pont conseguirá reduzir a diferença em relação a Berzoini em pelo menos 3 mil votos. Na Bahia, com 72% dos votos apurados, Pont estava 600 votos à frente de Berzoini. Em Minas, onde a apuração ontem atingiu apenas 64% do total, o candidato da DS estava com uma dianteira de 3 mil votos sobre o Campo Majoritário. Tanto Berzoini quanto Pont já esgotaram os recursos que seus redutos poderiam lhe dar. Dos 97,4 mil votos do candidato do Campo Majoritário, 24 mil vieram de São Paulo, onde haviam sido contados, até a noite de ontem, 93% dos votos. Também estava praticamente encerrada a apuração no Rio Grande do Sul, onde Pont recebeu 16,2 mil votos, ou 80% do total. O Campo Majoritário conta com uma boa votação para Berzoini ainda no Pará, Paraíba, Tocantins e Roraima. A expectativa é de vitória de Berzoini em todos estes Estados. No Pará, por exemplo, com apuração de apenas 58,1% dos votos, Berzoini obtinha uma frente de mil votos. Na Paraíba, a diferença pró-Campo Majoritário era de 300 votos, mas só haviam sido contados 35% dos votos. Durante o dia de ontem, Ricardo Berzoini demonstrou alinhamento com o governo federal. Secretário-geral do PT, foi se encontrar com o secretário-geral da Presidência, ministro Luiz Dulci, para discutir a relação entre o partido e o governo, segundo afirmou ao sair. (Com agências noticiosas)