Título: Lula diz que críticos à usina querem apagão
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 27/04/2010, Economia, p. 16

BELO MONTE

A construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, voltou a ser defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, deixar de lado o potencial hidrelétrico seria ¿um movimento insano¿.

¿Se o Brasil deixar de produzir isso para começar a utilizar termelétrica a óleo diesel será um movimento insano contra toda a luta que nós estamos fazendo no mundo pela questão climática¿, afirmou, no programa de rádio Café com o Presidente.

Lula criticou novamente os grupos contrários à construção da usina, lembrando que o projeto vem sendo discutido há 30 anos. ¿Nós temos aí a indústria do apagão, pessoas que não querem que a gente construa a energia necessária porque querem que tenha um apagão para poder justificar o apagão de 2001¿, disse, referindo-se à crise de oferta de energia ocorrida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.

O presidente comparou os preços mínimos de megawatts/hora entre a energia gerada por hidrelétricas, mais barata, e a gerada por usinas eólicas e a gás, para justificar a importância da construção de Belo Monte.

Também ressaltou que a área de alagamento será menor do que no projeto original, o que afetará menos regiões indígenas e comunidades ribeirinhas. Segundo Lula, o licenciamento ambiental prévio para a usina ¿ ocorrido após cinco anos de estudos ¿ foi o ¿melhor já ocorrido¿.

¿A energia hídrica ainda é a mais barata. O que nós precisamos é trabalhar com muito cuidado para fazer as hidrelétricas da forma mais cuidadosa possível, causar o menor impacto ambiental possível. E é por isso que eu estou muito feliz. Porque depois de 30 anos, finalmente, Belo Monte vai sair.¿