Título: Produtores gaúchos vendem arroz parboilizado ao exterior
Autor: Cibelle Bouças
Fonte: Valor Econômico, 11/10/2005, Agronegócios, p. B9

Comércio Embarque para a África do Sul é o primeiro em grande escala

Os produtores brasileiros de arroz deram mais um passo rumo à abertura de mercados no exterior. No próximo sábado (dia 15), será embarcado pelo porto de Rio Grande um navio com 20 mil toneladas (29,4 mil toneladas em base casca) de arroz parboilizado - tratamento hidrotérmico que dispensa o uso de agentes químicos para conservação. É a primeira vez que o país exporta arroz industrializado em larga escala. As vendas externas brasileiras são basicamente de subprodutos, como arroz quebrado, farinha e quirela. Em 2004, das 36,28 mil toneladas de arroz e subprodutos embarcadas, 30,87 mil eram arroz quebrado, de acordo com dados da Secex. As vendas de arroz parboilizado em todo o ano foram de 3,53 mil toneladas. O produto, proveniente do Rio Grande do Sul, terá como destino a África do Sul. Valter Pötter, presidente da Federação dos Arrozeiros do Estado, diz que um novo carregamento de 50 mil toneladas já está sendo negociado para embarque até o fim do mês. "As exportações estão indo muito bem e a idéia para 2006 é manter ou aumentar esse ritmo", afirma Pötter. Para o ano, a Federarroz estima que as exportações de arroz devem totalizar 400 mil toneladas. No acumulado de janeiro a agosto, segundo a Secex, foram embarcadas 165,78 mil toneladas, ante 6,04 mil em igual período de 2004. Desse total, 156 mil toneladas foram de arroz quebrado. As entregas do parboilizado totalizaram 7,73 mil toneladas, ante 1,72 mil em igual período de 2004. André Barreto, presidente da Federação das Cooperativas de Arroz do Rio Grande do Sul (Fearroz), diz que o país tem dificuldade de exportar produto de alta qualidade devido à concorrência americana. Pery Coelho, presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), diz que o setor mantém o plano de entrar com pedido de painel na OMC contra os subsídios praticados pelos EUA, mas o fará em 2006. Segundo a entidade, os EUA concederam US$ 5,8 bilhões em subsídios ao setor entre 1999 e 2002.