Título: Cultura é opção para agregar valor à produção
Autor: Paulo Emílio
Fonte: Valor Econômico, 10/10/2005, Agronegócios, p. B10

O cultivo de flores vem crescendo em todo o Nordeste. Só no Ceará, a área ocupada passou de 25 hectares em 1999 para 225 hectares neste ano, segundo o secretário de Agricultura do Estado, Carlos Mota. Ele afirma que, em 2004, o Ceará exportou US$ 2,1 milhão em flores, e a estimativa para este ano é alcançar US$ 4,1 milhões. "Aqui temos de tudo, de tropicais a temperadas. Dos 120 hectares cobertos com estufas em todo o país, o Ceará tem 36 hectares do gênero. Não temos condições de competir com commodities, então estamos direcionando o setor agrícola para produtos de alto valor agregado, caso das flores", diz. De acordo com Mota, o Ceará tem 36 hectares de rosas em produção atualmente. O Estado foi escolhido pelo grupo Reijers, um dos maiores produtores de rosas do país e responsável pela produção de 40% deste tipo de flor, para receber uma unidade de produção fora da região Centro-Sul. Além de uma logística facilitada - o Ceará está a apenas sete horas de vôo da Europa -, o Estado é o único a ter uma câmara fria para atender os floricultores. "Um de nossos maiores problemas está no escoamento da produção. Faltam vôos de carga para a Europa e Estados Unidos. Utilizamos vôos charters e aviões de turismo para embarcar a produção estadual", afirma Mota. Em Alagoas, as exportações de flores tropicais em 2004 somaram US$ 51,531 mil. Segundo o coordenador do projeto de flores tropicais do Sebrae em Alagoas, Manoel Ramalho, o cultivo no Estado saiu de 5 hectares no fim da década de 90 para os atuais 183 hectares. "Há seis anos Alagoas produzia cerca de 50 mil hastes por ano. Agora, são cerca de 10 milhões de hastes, boa parte voltada para o mercado internacional." (PE)