Título: Empresa mineira arremata nove blocos na bacia do São Francisco
Autor: Chico Santos e Claudia Schuffner
Fonte: Valor Econômico, 18/10/2005, Brasil, p. A3

A grande surpresa entre as pequenas empresas que competiram pela primeira vez na 7ª Rodada ficou a cargo da Geobrás Pesquisas Minerais Ltda, uma empresa mineira com sede em Sete Lagoas, que disputou 14 blocos na bacia do São Francisco, área em terra em Minas Gerais, tendo arrematado nove deles. O presidente da Geobrás, Romeo Cesar Torres, apresentou a companhia como "a maior empresa brasileira de aerogeofísica". Ele explicou que a empresa está sendo financiada por um consórcio de investidores da China e Canadá chamado CBC, que tem a Geobrás como única brasileira. "Ele tem uma meta de investimento (no Brasil) de US$ 10 bilhões no período de sete anos. Se no primeiro ano os trabalhos geofísicos indicarem que a área compensa, no segundo ano serão feitos os investimentos mais pesados", informou Torres. Na disputa, a Geobrás ganhou até de um consórcio de gigantes, formado pela Petrobras e a britânica British Gas BG. Ela chamou a atenção da platéia porque, além de ser uma desconhecida que arrematou vários blocos, se comprometeu a perfurar grande quantidade de poços dentro do programa exploratório mínimo. O diretor comercial da Geobrás, Luis Andrade, disse que tem confiança no sucesso exploratório, porque "não trabalhou no escuro", explicando em seguida que tem fortes indícios da presença maciça de gás nos blocos que arrematou. "Já comprovamos que é muito grande a jazida de gás lá", afirma. Outra empresa pequena que saiu satisfeita foi a Silver Marlin, que arrematou dois blocos. "Conseguimos duas áreas pequenas na área mais prolífera do Recôncavo Baiano", comemorou o presidente da companhia, Wagner Freire. A Silver Marlin volta hoje para disputar áreas nas bacias de Sergipe-Alagoas e do Espírito Santo e na quarta para disputar os campos maduros. Entre as novatas brasileiras que também arremataram blocos na bacia do São Francisco estão a Tarmar Terminais Aero-Rodo-Marítimos e a Orteng Equipamentos e Sistemas. Já a argentina Oil M&S também apostou em Minas Gerais e levou 21 blocos da mesma bacia. Mas a satisfação com os resultados da rodada não foi apenas das pequenas. O presidente da Statoil no Brasil, Jorge Camargo, disse que a empresa ficou satisfeita com os resultados obtidos no primeiro dia da licitação. "Foi uma grande disputa. Ganhamos dois dos três blocos que disputamos. Em um deles estávamos sozinhos e em outro com a Petrobras. Para nós o resultado foi muito bom", disse Camargo. O presidente da Devon Energy do Brasil, Murilo Marroquim, comemorou a aquisição, em parceria com a Petrobras, do bloco marítimo C-M-535, na Bacia de Campos. O bloco fica ao lado do BC-2, cuja concessão é da própria Devon, com a Petrobras e a Total, onde recentemente foi descoberto óleo pesado, no campo Curió. (Cláudia Schüffner e Chico Santos)