Título: Aurizônia depende de estatal escoar a produção
Autor: Chico Santos e Cláudia Schüffner
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2005, Brasil, p. A3

A Aurizônia, uma das pequenas empresas que operam no Brasil, já esta pronta para produzir 400 barris de petróleo por dia no campo João de Barro, perto da cidade de Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Ali existem cinco poços prontos para produzir, que poderão elevar a produção inicial para 1.200 barris por dia em seis meses a partir do início da operação. A companhia, contudo, ainda está negociando com a Petrobras, única compradora desse petróleo, detalhes importantes como local de entrega, pontos de medição do óleo e preço de serviços como a separação da água que vem junto com o petróleo. "Estamos prontos para produzir, mas parados em função das negociações com a Petrobras" , explicou o diretor de exploração e produção da Aurizônia, Renato Marcos Darros de Matos. Preocupado com a possibilidade de suas afirmações serem interpretadas como críticas à estatal, Renato de Matos frisa que os problemas não são culpa da Petrobras, mas sim resultado da falta de maturidade do mercado brasileiro e até da regulamentação fiscal. "Não estou dizendo que a Petrobras dificulta, mas que o mercado ainda não está preparado", ponderou. "Uma empresa com produção pequena não enche um tanque da Transpetro, e a legislação exige que a medição seja feita dentro da concessão. São problemas que as pequenas enfrentam", disse. Segundo o executivo, o melhor local de entrega, para a Aurizônia, seria a unidade da estatal mais próxima, de Canto do Amaro. Mas a área é operada pela área de exploração e produção da Petrobras, que prefere não receber óleo misturado com água. Se o óleo for entregue em Guamaré, área da Transpetro, não precisaria ser separado antes, mas ela fica mais distante. Newton Monteiro, diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) disse que o problemas mencionados são de fácil solução. "O pequeno produtor é nosso foco. Mas as empresas precisam procurar a ANP, já que não podemos resolver o que a gente não sabe que está acontecendo", disse. A Aurizônia pertence ao empresário Raimundo Pessoa e está no mercado desde a 4ª Rodada, em 2002. Já investiu US$ 25 milhões e o investimento estimado para 2005 é de US$ 15 milhões. Ela tem um acordo operacional com a Arbi Petróleo Ltda., do empresário Daniel Birman, em que ambos não concorrem pelas mesmas áreas. Elas também contratam serviços em conjunto e dividem o corpo técnico. Juntas, e com os parceiros Phoenix e Engepet, arremataram 26 blocos na atual rodada.(CS)