Título: MS vai antecipar sacrifício de animais
Autor: Sérgio Bueno
Fonte: Valor Econômico, 24/10/2005, Agronegócios, p. B11
O sacrifício de animais com sintomas de febre aftosa em propriedades do Mato Grosso do Sul deverá ser acelerado esta semana. Para evitar que o vírus se alastre ainda mais, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) não irá esperar o resultado dos exames laboratoriais para matar o gado. "Nas propriedades contíguas aos focos, quando houver sintomatologia clínica clássica, não vamos esperar mais o diagnóstico. Vamos entrar com medidas sanitárias, porque nosso problema é o tempo", disse João Cavalléro, presidente do Iagro, sexta-feira, na audiência pública feita em Eldorado (MS) para tratar dos efeitos econômicos da doença. Um dia antes, o juiz Alexandre Ito, da Comarca de Mundo Novo (MS), havia dado liminar parcial em ação movida pela dona da fazenda Jangada, Lenice Turquino, que pretendia impedir o sacrifício de 3,2 mil bovinos sem antes o gado ter sido avaliado tanto em relação à existência da doença como ao valor da indenização. A liminar foi derrubada. Na fazenda já foram mortos 327 animais. No mesmo encontro, o secretário estadual de Produção, Dagoberto Nogueira, pediu um voto de confiança por parte dos pecuaristas. Ele garantiu que todos serão indenizados de forma justa. No caso dos que viviam do leite, será levada em conta a média de produção mensal. Para o gado será paga a média de preço dos últimos leilões. "Teremos dinheiro suficiente para pagar todas as indenizações", afirmou. Ele não soube precisar quanto será gasto. "O governo federal não estabeleceu um montante. Temos em caixa pouco mais de R$ 5 milhões e isso é insuficiente." Na sexta-feira, o Ministério da Agricultura confirmou a existência de mais cinco focos de aftosa no Mato Grosso do Sul. Em Eldorado a ocorrência estaria limitada a dois focos: na fazenda Vezozzo, onde todos os 584 animais foram sacrificados, e na Fazenda Jangada, onde foram mortos 327 dos 3.548 de animais. A maior concentração de focos está em Japorã (sete casos). Além dos três já conhecidos, sítio Santo Antônio, São Benedito e fazenda Guairá, outros quatro entraram na lista: sítios Boa Vista e São Benedito, fazenda Guatambu e lote 205 PA Savana. Um dos novos casos está na fazenda Gazin, em Mundo Novo, divisa com Japorã. A previsão é de que 6.469 animais sejam sacrificados.