Título: Ações da Taurus recuperam perdas sofridas na campanha
Autor: César Felício
Fonte: Valor Econômico, 25/10/2005, Política, p. A10

A vitória do 'não' no referendo sobre a proibição do comércio de armas de fogo no Brasil fez com que os papéis da Forjas Taurus disparassem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), ontem. No decorrer dos negócios, as ações preferenciais (sem direito a voto) chegaram a bater a cotação máxima de R$ 1,32, com alta de 8,19% sobre sexta-feira. No encerramento, os títulos tiveram, porém, queda de 0,82%, valendo R$ 1,20. Segundo o analista da Geração Futuro Corretora de Valores, Rafael Andréas Weber, em meio ao debate sobre o desarmamento, os papéis foram bastante penalizados pelos investidores, com a cotação caindo à casa do R$ 0,90 no fim de agosto. "Os fundamentos da empresa não justificavam aqueles preços porque o maior mercado da Taurus é o externo, pois no Brasil a demanda é insuficiente para dar lucratividade para a empresa." A Forjas Taurus está entre as três maiores empresas mundiais de armas curtas e exporta a sua produção para mais de 70 países. Weber está revendo as suas projeções para a companhia, mas no último relatório enviado a clientes avaliava como boas as perspectivas para este ano. No segmento de armas, um aspecto positivo indicado era a possibilidade de retomada de compras para o rearmamento da polícia. Outro ponto citado pelo analista é o fato de o grupo diversificar as suas atividades, tendo ingressado, por exemplo, no setor de bens de capital por meio da Taurus Wotan, na fabricação de máquinas operatrizes. "Os papéis foram muito depreciados, mas o negócio não mudou", diz. "Com o fim das discussões sobre o referendo, o investidor vai voltar a olhar os fundamentos."