Título: Suspeitas de focos no Paraná atrasam indenizações no MS
Autor: Fernando Lopes, Cibelle Bouças e Conrado Loiola
Fonte: Valor Econômico, 26/10/2005, Agronegóciois, p. B12

As suspeitas sobre focos de aftosa no Paraná atrasaram em quase uma semana o pagamento de R$ 16 milhões em indenizações aos pecuaristas que sacrificaram animais em Mato Grosso do Sul. Uma medida provisória deveria ter sido assinada pelo presidente Lula na sexta, mas o Ministério da Agricultura decidiu esperar os testes no gado dos municípios paranaenses de Maringá, Loanda, Amaporã e Grandes Rios. O dinheiro para os pecuaristas de Eldorado, Japorã e Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, só deve ser liberado após a divulgação do laudo final do laboratório de Belém (PA), prevista para hoje. "Resolvemos esperar para fazer uma única MP", disse o ministro Roberto Rodrigues. Ontem, uma liminar proibiu preventivamente o abate de animais que participaram de feira agropecuária em Toledo (PR) Em evento das indústrias de carne, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse que a crise causada pela aftosa está controlada. "O Brasil tem sob controle essa questão porque tem o endereço dos bovinos originários do Mato Grosso do Sul". Ele lembrou que os criadores de São Paulo estão rastreando bovinos que tiveram contato com animais do Mato Grosso do Sul durante a feira EuroZebu, em Londrina (PR). Segundo o governo do Paraná, o gado foi para propriedades de 24 municípios paulistas. Furlan disse, porém, ser preciso fazer ofensiva política para evitar iniciativas "sem embasamento legal" como o amplo embargo da Indonésia (ver página B11). E lembrou da importância da diplomacia para evitar restrições russas aos suínos. O governo criou ontem um grupo de trabalho com 12 ministérios para coordenar ações de contenção dos focos de aftosa. O grupo, encabeçado pela Agricultura, negociará o fim de embargos impostos por importadores. O decreto do presidente Lula permite ao grupo tomar medidas emergenciais de assistência à população afetada pelo problema. (MZ)