Título: Expectativa de resultados trimestrais favoráveis faz subir ações de frigoríficos
Autor: Mônica Scaramuzzo
Fonte: Valor Econômico, 27/10/2005, Agronegócios, p. B12

Após uma sucessão de quedas, os papéis das duas maiores empresas de alimentos do país, Sadia e Perdigão, voltaram a subir. Ontem, as ações PN da Sadia fecharam o pregão da Bovespa com alta de 3,58%, ao preço unitário de R$ 5,2, enquanto os papéis PN da Perdigão fecharam com valorização de 7,08%, ao preço unitário de R$ 62. O desempenho ruim das duas empresas em pregões anteriores da Bovespa foi provocado pela crise sanitária deflagrada no país desde que foram confirmados focos de aftosa no Mato Grosso do Sul. A situação piorou com a suspeita de focos em Toledo, no Paraná, onde a Sadia tem importantes abatedouros. A simples suspeita alimentou a hipótese de que alguns grandes compradores de carne suína, como a Rússia (que sozinha importa mais de 65% da produção do Brasil) poderiam suspender as compras também de Santa Catarina. Os russos já interromperam as importações do Mato Grosso do Sul. Márcio Kawasaki, analista da Corretora Fator, diz que é natural que as empresas recuperem a alta em seus papéis. Ele afirma que os papéis já caíram mais do que o suficiente, diante do cenário. Além disso, o negócio de carne bovina ainda é incipiente e do de suínos não ultrapassa 15% das vendas das empresas. O analista acrescentou que as duas empresas devem publicar seus balanços do terceiro trimestre nos próximos dias, com resultados favoráveis. Para a Sadia, ele projeta um lucro R$ 150 milhões, 33% superior que o terceiro trimestre do ano passado. A Perdigão, segundo sua estimativa, deverá ter um ganho de R$ 86 milhões, 140% maior. Ambas empresas foram favorecidas pelo câmbio, bem menor e que reduz a despesa financeira.