Título: Varejo barra fornecedores de carne bovina de MS e PR
Autor: Mônica Scaramuzzo
Fonte: Valor Econômico, 27/10/2005, Agronegócios, p. B12
Crise sanitária No atacado paulista, as cotações continuam em queda
As principais redes de varejo do país decidiram excluir por tempo indeterminado os fornecedores de carne bovina dos Estados do Mato Grosso do Sul e do Paraná para o abastecimento de suas lojas no país por conta da crise deflagrada pela febre aftosa. Os paranaenses foram cortados por conta das suspeitas de casos em quatro cidades do Estado. Wilson Barquilla, diretor comercial de perecíveis do grupo Pão de Açúcar, disse que a companhia tem rigoroso controle de qualidade e suspendeu o fornecimento de carne bovina daquelas regiões quando o governo federal reconheceu as suspeitas de focos. Como alternativa, o grupo intensificou seu abastecimento das regiões de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará. Segundo Barquilla, a rede conta com uma loja Extra em Campo Grande (MS) e 11 lojas da bandeira Pão de Açúcar e duas da rede Extra no Paraná, que atualmente são abastecidas com carnes de São Paulo. Em todo país, a bandeira Pão de Açúcar soma 175 lojas e a Extra, 76. O executivo lembrou que o grupo mantém controle de inspeção em seus centros de distribuição - São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Ceará, Brasília e Paraná-, no qual os produtos recepcionados passam por exames laboratoriais para se certificar da qualidade da carne. Na rede Carrefour, a suspensão também ocorreu nos dois Estados. No Mato Grosso do Sul, entretanto, o embargo dos fornecedores está restrito somente às regiões de risco, segundo informou a assessoria do grupo. O abastecimento da loja Carrefour de Campo Grande é realizado, em sua grande parte, por frigoríficos de Goiás. No Paraná, os fornecedores são do Rio Grande do Sul e dos países do Mercosul. A rede Wal-Mart suspendeu totalmente os fornecedores dos dois Estados e que tem buscado fornecimento nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A empresa informou, por meio de sua assessoria, que o abastecimento está garantido e que a carne recebida tem programa de garantia de procedência. A crise sanitária por conta da febre aftosa continua derrubando os preços da carne bovina no atacado. No atacado paulista, o quilo do traseiro fechou ontem a R$ 4,30, com recuo de 10,4% em relação às últimas duas semanas. O quilo do dianteiro fechou a R$ 2,80, queda de 15% sobre o dia 14 de outubro, segundo dados do Instituto FNP O índice IPC da Fipe para o pacote de carne bovina fechou a terceira quadrissemana de outubro em alta de 5,32%, ante uma elevação de 3,56% observada na segunda quadrissemana do mês, e um recuo de 0,06% na terceira quadrissemana de setembro passado.