Título: Fiesp e Ciesp divergem em análise do nível de atividade da indústria
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 28/10/2005, Brasil, p. A2

Divergências entre diretores Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) deram o tom da entrevista realizada ontem para divulgar os resultados do INA (Indicador do Nível de Atividade), referente ao mês de setembro. O diretor do departamento de economia do Ciesp, Boris Tabacof, e o diretor do departamento de economia da Fiesp, Paulo Francini, apresentaram análises diferentes sobre os dados da atividade industrial paulista e ironizaram um a opinião do outro. Contrariado, Francini chegou a se retirar da mesa por um momento. Ao final, disse que havia discordâncias entre as duas associações, que seriam resolvidas. Durante a apresentação, o diretor da Fiesp informou que o índice de atividade da indústria deve terminar o ano com alta de 4%, estimando PIB próximo de 3% em 2005. Já Tabacof espera crescimento da atividade industrial de no máximo 3%. Mesmo com previsão de menor atividade, Tabacof afirmou que os acordos salariais fechados no segundo semestre devem trazer efeito positivo sobre a massa salarial, o que deve aumentar a demanda. Francini disse que não vê efeitos desse movimento, que considera habitual na época do ano. O nível de atividade da indústria de transformação de São Paulo caiu 2% em setembro na comparação com agosto, segundo dados divulgados pelas duas entidades. Considerando os efeitos sazonais, houve baixa de 1,2%. Na comparação com setembro de 2004, o INA apontou recuo de 2,3%. De janeiro a setembro, a produção industrial registra expansão de 2,6% em relação ao mesmo período de 2004. De janeiro a setembro do ano passado, a expansão havia sido de 9,1%. A pesquisa mostra que as vendas reais (descontada a inflação do período) caíram 0,8% de setembro para agosto e aumentaram 12,7% na comparação com igual mês do ano passado. Nos primeiros nove meses, as vendas apontam expansão de 13% em relação a igual período de 2004. O total de horas pagas na indústria caiu em relação a agosto (1,2%) e subiu na comparação com setembro do ano passado (4%), acumulando alta de 6% de janeiro a setembro sobre sobre 2004. "Há um visível início de declínio do nível de atividade industrial em São Paulo" disse Tabacof. Nesse ponto, Francini concorda. Para ele, a indústria paulista perdeu força nos últimos meses diante de dois "venenos": o juro real e o câmbio.(Agências noticiosas)