Título: Parceiros querem que Brasil seja mais ágil na assinatura de acordos bilaterais
Autor: Raquel Landim
Fonte: Valor Econômico, 09/11/2004, Brasil, p. A-3

Representantes das câmaras de comércio de Estados Unidos, China, Índia, Argentina e Alemanha acreditam que há muito espaço para o Brasil incrementar suas exportações, mas criticaram a demora em assinar acordos bilaterais de livre comércio. O seminário 5ª Rodada de Negócios - Brasil 2005 na Visão do Empresariado, realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) e pelo Valor, reuniu ontem, em São Paulo, representantes dos principais destinos das exportações brasileiras (EUA, Argentina e Alemanha) e de países prioritários na política externa (Índia e China). "O grande problema é que o Brasil não tem nenhum acordo bilateral", criticou Sérgio Haberfeld, presidente da Amcham, lembrando das dificuldades das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Segundo o executivo, os EUA absorveram 20,9% das exportações brasileiras de janeiro a setembro desse ano. Os manufaturados responderam por 77% dos embarques. O presidente executivo da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE), Paul Liu, reclamou de não ter sido firmado entre os dois países um acordo de "destino comercial aprovado". Ele explica que esse tipo de acordo facilitaria a entrada de produtos brasileiros na China, como carne ou frutas. O empresário comemorou, porém, a perspectiva de o Brasil ser aceito pela China como "destino turístico aprovado" durante a visita do presidente chinês, Hu Jintao, ao país nessa semana. Com o acordo, os chineses terão autorização do governo para visitar o Brasil. Liu estima que os turistas chineses devem trazer US$ 250 milhões ao país até 2007. A CBCDE acredita que o fluxo de comércio entre Brasil e China pode chegar a US$ 10 bilhões em 2005, saindo de US$ 8 bilhões em 2004. Para Thomas Timm, vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, o intercâmbio entre os dois países deve crescer em 2005. Ele afirma que US$ 7,7 bilhões devem ser investidos no Brasil pelos alemães até 2007. Mas executivo admite que haverá concorrência com o Leste Europeu por investimentos.