Título: Cortes nobres bovinos começam a subir na UE
Autor: Cibelle Bouças e Vanessa Jurgenfeld
Fonte: Valor Econômico, 28/10/2005, Agronegócios, p. B12

A crise gerada pela confirmação de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e pelas suspeitas ainda não confirmadas no Paraná ajudou a acelerar a tendência de aumento de preços das carnes brasileiras na União Européia. Segundo Antônio Camardelli, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), a tendência já vinha sendo observada antes da crise, impulsionada pela queda da oferta brasileira em virtude do período de entressafra no mercado de boi e pelo próprio aumento da demanda européia já em consequência da proximidade do fim do ano. Vale lembrar que, em função da crise da aftosa, a União Européia barrou as importações de carne bovina brasileira dos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo - os dois últimos Estados por fazerem fronteira com o primeiro. Deles, São Paulo é o mais importante, uma vez que responde por quase 60% das exportações brasileiras de carne bovina in natura para a Europa. Ainda assim, outros Estados podem exportar e se beneficiar do aumento observado - segundo Camardelli principalmente nos cortes traseiros, mais nobres. De acordo com Camardelli, estão nessa categoria, e já apresentaram "ligeira elevação de preços" - ele preferiu não revelar o percentual exato - cortes como contra-filé, filé mignon, alcatra, lagarto e coxão mole. No mercado doméstico, a arroba do boi gordo foi cotado ontem (dia 27) no noroeste de São Paulo por R$ 55, ante os R$ 54 da véspera. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), a arroba para novembro subiu ontem para R$ 55,91, ante os R$ 54,02 de quarta-feira. Foi a terceira valorização consecutiva naquele mercado.