Título: Iagro descarta risco de novos focos no MS
Autor: Cibelle Bouças e Vanessa Jurgenfeld
Fonte: Valor Econômico, 28/10/2005, Agronegócios, p. B12

A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) afastou ontem (dia 27) a possibilidade de detecção de novos focos de febre aftosa em regiões do Mato Grosso do Sul fora da área de risco delimitada pelo governo, onde foram registrados 11 focos. João Cavalléro, diretor-presidente da Iagro, diz que tudo caminha conforme o previsto, citando a eficácia das barreiras dispostas ao redor da zona tampão, que reúne os municípios de Eldorado, Iguatemi, Itaquaraí, Mundo Novo e Japorã. "A situação está dominada num raio de 25 quilômetros", afirma Cavalléro. Ele observa que o trabalho de fiscalização está sendo feito por 124 fiscais em 21 pontos de fiscalização, nas estradas que ligam as cidades afetadas ao restante do Estado. Segundo ele, o ritmo dos abates poderá acelerar nos próximos dias com o fim das chuvas, que estavam prejudicando a escavação das valas para as carcaças. Por dia, estão sendo abatidas em torno de 200 cabeças, na fazenda Guaíra e no assentamento Floresta Branca. Cavalléro diz ainda que o processo deve ser facilitado após o anúncio do governo federal de liberação de R$ 33 milhões para indenizações aos pecuaristas, mas ainda é cedo para dizer quando os recursos começarão a ser disponibilizados. Ontem, o Ministério da Agricultura enviou aos Estados uma circular definindo os procedimentos para trânsito de produtos e subprodutos de origem animal por conta da aftosa. Para Estados atingidos pela doença e pelo embargo às exportações, fica liberado o trânsito de carne bovina desossada e maturada; de suíno desossada e embalada. A circular também contempla o trânsito de miúdos, gelatina e fibra de colágeno, peles submetidas a tratamento químico, farinha de carne, ossos e sangue, leite cru (desde que processado em estabelecimento oficial), leite pasteurizado e produtos lácteos. A despeito da decisão, o governo de Santa Catarina anunciou que vai colocar helicópteros das polícias civil e militar para ajudar nos trabalhos de fiscalização das fronteiras na porção norte do Estado. O objetivo é apurar denúncias de que animais estariam entrando no Estado por estradas secundárias. A Secretaria de Defesa Sanitária do Estado de São Paulo anunciou que deve concluir na segunda-feira o relatório de rastreamento do rebanho vindo do Paraná em outubro. No Paraná, a expectativa era que o laudo dos exames feitos nos bois com suspeita de aftosa saísse hoje (dia 28). A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) informou que prepara uma ação judicial para obrigar Santa Catarina a vacinar o gado contra aftosa. Ainda ontem, os fiscais federais do Ministério da Agricultura comunicaram que entrarão em greve em todo o território, a partir do dia 7 de novembro, para exigir aumento salarial e contratação de mais profissionais via concursos, entre outras reivindicações. Segundo a comissão de paralisação, o atendimento aos focos de aftosa e prevenção à introdução da gripe aviária será resguardado. (Colaboraram Mônica Scaramuzzo e Cibelle Bouças, de São Paulo, e Sérgio Bueno, de Porto Alegre)