Título: CSN prepara empréstimo "stand-by" de US$ 300 mi para capital de giro
Autor: Cristiane Perini Lucchesi
Fonte: Valor Econômico, 31/10/2005, Finanças, p. C2

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) definiu o Barclays como líder para operação de empréstimo sindicalizado - com a participação de vários bancos - de US$ 300 milhões no mercado internacional. A notificação para os bancos foi enviada no final da semana passada. Segundo o diretor-financeiro da empresa, Octavio Lazcano, trata-se de um crédito "stand-by" para uso em propósitos diversos da companhia, que não compromete performance de exportação e nem possuiu conta de garantias no exterior. "É capital de giro puríssimo", afirma. O crédito "stand-by" é uma espécie de cheque especial - a empresa paga uma comissão para ficar com os recursos disponíveis e só usa se precisar. É uma espécie de seguro contra situações mais difíceis. A CSN ainda não definiu quanto vai pagar de comissão nem as taxas de juros que serão fixadas se a empresa decidir utilizar os recursos. Mas, segundo Lazcano, os juros devem ficar em cerca de Libor, a taxa interbancária de Londres, mais 1% ao ano. "É um nível de taxas bem baixo para capital de giro", diz. A empresa vai ficar com os recursos disponíveis por três anos. Se decidir sacar a linha ou parte dela, terá o prazo remanescente até o final dos três anos para pagá-la. Por exemplo, se decidir sacar a linha após um ano da assinatura do contrato do empréstimo, terá de pagar os recursos de volta depois de dois anos. Outra característica importante do empréstimo da CSN é que ele não terá cláusulas financeiras restritivas, os "covenants" financeiros. "Com isso, a companhia fica mais livre", diz Lazcano. A Moody's considera que os créditos "stand-by" melhoram a solvência da empresa, pois têm impacto positivo sobre os indicadores de liquidez. Mas, a agência de classificação de risco de crédito sempre observa as cláusulas dos contratos "stand-by" de perto. A Moody's não gosta, especialmente, da cláusula de "mudança material adversa", pois ela pode fazer com que os bancos deixem de emprestar a linha justamente quando ela deve ser usada, em situações adversas. De acordo com o diretor-financeiro da CSN, a idéia é se prevenir contra possíveis turbulências futuras no mercado e aproveitar de um momento de excesso de liquidez disponível nos bancos estrangeiros para as empresas de primeira linha no Brasil.