Título: Déficit comercial de US$ 1,8 bi leva missão à Argélia
Autor: Raquel Landim
Fonte: Valor Econômico, 04/11/2005, Brasil, p. A5

Um grupo de 40 empresários brasileiros visitará a Argélia, país árabe do norte da África, entre os dias 20 e 22. Liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, a missão tentará reduzir o déficit comercial do Brasil com o país. De janeiro a setembro, o Brasil importou US$ 2,16 bilhões da Argélia e exportou apenas US$ 316 milhões. O resultado é um déficit de US$ 1,84 bilhão - o segundo maior da balança comercial brasileira. Esse patamar é superado apenas pelo saldo comercial negativo com a Nigéria, país que também foi alvo de uma missão empresarial em agosto. A exemplo do que ocorre na Nigéria, o déficit do Brasil com a Argélia ocorre por conta da importação de petróleo. Os óleos brutos de petróleo respondem por 83,8% das importações brasileiras provenientes do país, enquanto a nafta para petroquímica representa 15,8%. As exportações brasileiras para a Argélia estão concentradas em açúcar, carne bovina e óleo de soja. Para Mário Mugnaini, secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), há grandes oportunidades no mercado argelino para os setores de engenharia, máquinas e equipamentos, eletrodomésticos, alimentos e software. Representantes do Ministério da Agricultura farão parte da missão para tentar amenizar o embargo do país à carne bovina por conta da febre aftosa. A Argélia foi um dos únicos países do mundo a bloquear as exportações de todos os Estados brasileiros. O Brasil tentará convencer o governo argelino da necessidade de regionalizar a proibição. Funcionários do governo se reuniram ontem com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O diretor comercial do frigorífico Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, estuda a possibilidade integrar a missão, mas depende da estratégia que o governo adotará no caso da aftosa. Antônio Carlos Cortez, presidente da Kofar, já decidiu viajar para Argel. Ele quer vender 10 mil casas industrializadas no país. Fabricante de software especializada no setor financeiro, a Intelectual Capital também fará parte da missão.