Título: TAM lucra mais com custo menor
Autor: Vanessa Adachi
Fonte: Valor Econômico, 04/11/2005, Empresas &, p. B3

Aviação

Reduções de custo, em parte provocadas pela valorização do real, fizeram com que o lucro da companhia aérea TAM no terceiro trimestre crescesse 170% em relação ao mesmo período de 2004 e atingisse R$ 93,3 milhões. A receita operacional líquida da empresa cresceu 23,9%, para R$ 1,54 bilhão. Enquanto isso, os custos por serviços prestados e despesas operacionais aumentaram menos: 17,7%, para R$ 1,37 bilhão. Quando se observa a receita operacional da TAM em relação ao número de assentos oferecidos por quilômetro (ASK, medida comum na indústria da aviação), no entanto, há uma queda de 8,3% no trimestre, fruto justamente de uma elevação da oferta de lugares. Mas o custo por assento oferecido caiu mais acentuadamente: 12,9%. "Isso explica a melhoria da lucratividade", disse Líbano Barroso, vice-presidente financeiro da TAM. A valorização de 28,6% do real no período ajudou a baixar os custos. Isso porque parte das despesas das companhias aéreas, como manutenção e seguro de aeronaves, são em dólares. Os custos com manutenção baixaram 29,5% e os de seguro, 25,7%. Mas não foi só isso. "Aumentamos de 9 para 12 o número de horas voadas por dia por aeronave", disse Barroso. A maior utilização dos aviões eleva a produtividade e dilui custos. Outra medida importante foi na área de comercialização de passagens. Desde março o portal e-TAM está totalmente operacional. Atualmente, 100% das passagens domésticas são feitas por meio dele - 80% via agentes de viagem e 20% diretamente por passageiros. "Até agora isso já gerou economia de US$ 13 milhões e no último trimestre do ano deveremos ter outros US$ 17 milhões, totalizando os US$ 30 milhões previstos." De acordo com Barroso, tanto no aproveitamento dos aviões quanto na área de comercialização ainda há espaço para ganhar eficiência. "O terceiro pilar de redução de custos é o redesenho de processos internos, buscando automatizar ou terceirizar o que for possível", disse ele, lembrando que a empresa recentemente terceirizou sua plataforma de TI para a EDS, a Unisys e a Telemar. O impacto do câmbio e dos ganhos de eficiência mais do que compensaram o aumento do preço da querosene de aviação, que foi de 35,7% no acumulado do ano até agora. Para o restante do ano, a companhia espera uma estabilidade no preço do combustível. No terceiro trimestre a TAM aumentou em cerca de 15% as suas tarifas. Outros 3% de aumento ocorreram já em outubro. De acordo com Barroso, no quarto trimestre não devem ocorrer novas elevações. "O combustível vem aumentando o ano todo e ocorreu uma defasagem. Só começamos a fazer aumento de tarifas a partir de julho, agosto, quando o mercado ficou mais aquecido." O chamado ebitdar, medida do setor de aviação que representa o lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aviões, subiu 32,5%, para R$ 351,3 milhões. A margem ebitdar ficou em 22,8%.