Título: Bons números dos EUA aquecem bolsas
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Fonte: Valor Econômico, 04/11/2005, Finanças, p. C2

As principais bolsas mundiais exibiram altas ontem. Nos Estados Unidos, o começo do dia foi animado: os índices acionários americanos foram impulsionados desde a abertura por números positivos divulgados na quinta-feira, mostrando aumento da renda e da atividade econômica com diminuição do desemprego no país. Contudo, os ganhos foram reduzidos no fim do pregão, com a aceleração dos preços do petróleo e declarações negativas sobre a inflação do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Alan Greenspan, que sinalizou a continuidade da elevação da taxa de juro dos EUA (hoje fixada em 3,75% ao ano). Greenspan fez ontem um discurso otimista sobre as perspectivas econômicas dos EUA, em pronunciamento ao comitê econômico do Congresso americano. Ele lembrou que a passagem dos furacões deixará um impacto negativo sobre o emprego e a produção no curto prazo, além de gerar pressão sobre os preços, mas destacou que "os fundamentos econômicos permanecem firmes e a economia dos EUA parece manter importante dinamismo". Entretanto, o dirigente do Fed admitiu que o panorama para a inflação carrega agora "mais incerteza". O Dow Jones, principal indicador da Bolsa de Nova York, subiu 0,48%, a 10.522 pontos. O Standard & Poor's 500 avançou 0,43%, a 1.220 pontos. O termômetro do setor de tecnologia, o Nasdaq Composto, valorizou-se 0,74%, a 2.160, 22 pontos. Na Europa, as principais bolsas encerraram a quinta-feira em forte alta. Apesar dos números divergentes de resultados trimestrais divulgados por empresas importantes da região, o movimento ascendente foi sustentado pela esperada manutenção do juro na região do euro e pelo desempenho favorável nos pregões americanos. No campo corporativo, os balanços da BMW e Unilever, que vieram com números abaixo das expectativas do mercado, pesaram negativamente, enquanto resultados positivos da Vivendi Universal e Adidas-Salomon motivaram bom humor entre os agentes financeiros. Ontem o Banco Central Europeu (BCE) decidiu não alterar a taxa básica de juro da zona do euro, fixada em 2% ao ano. A decisão já era esperada por muitos analistas. Em Londres, o índice FTSE-100 valorizou-se 1,37%, aos 5.432 pontos. Em Frankfurt, o DAX ganhou 1,13%, a 5.011 pontos. Em Paris, o CAC-40 subiu 1,63%, a 4.502 pontos.