Título: Resultado da CSN deve triplicar no trimestre
Autor: Vera Saavedra Durão
Fonte: Valor Econômico, 09/11/2004, empresas, p. B-4

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) divulga hoje seus resultados com lucro líquido estimado em cerca de R$ 669 milhões, conforme a média das projeções de cinco analistas ouvidos pela Thomson Financial Brasil. Esse valor é 229,55% acima do lucro da companhia no terceiro trimestre de 2003, de R$ 203 milhões. Se o valor previsto para o lucro da CSN se confirmar, o ganho da companhia entre julho e setembro será o segundo maior do período no ranking das siderúrgicas que já tiveram seus balanços divulgados, vindo logo após a Gerdau, que lucrou R$ 1 bilhão no período. Em terceiro lugar nesse ranking viria a CST, com ganho de R$ 357,5 milhões, seguida pela Belgo Mineira (R$ 314,5 milhões). Segundo a Thomson, o lajida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da CSN é projetado em R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre. A receita líquida foi estimada em R$ 2,7 bilhões. O lucro por ação, avaliado por cinco analistas, foi projetado em R$ 1,73. No acumulado do ano, a média das projeções da Thomson aponta um ganho recorde de R$ 1,8 bilhão para a companhia de Benjamin Steinbruck, com uma receita líquida de R$ 9,6 bilhões. O lucro por ação acumula até setembro R$ 6,18. Alguns analistas ouvidos pelo Valor, como Marcelo Aguiar, da Merrill Lynch, e Luciana Machado, da Fator, apresentam estimativas de lucro líquido no terceiro trimestre acima da média das projeções dos analistas ouvidos pela Thomson. Luciana trabalha na faixa de R$ 969 milhões, sustentada pelas expectativas de manutenção da política de hedge da companhia adotada no segundo trimestre. Aguiar prevê R$ 870 milhões esperando melhor receita financeira por conta da valorização do real. Ele avalia que o lucro da siderúrgica poderá ficar mesmo mais próximo da média do mercado por conta de despesas maiores de renovação de operações de troca de moeda que a CSN teve que computar entre julho e setembro. Iram Siqueira, do banco Itaú, projeta lucro líquido de R$ 640 milhões, um pouco abaixo da média dos analistas. Mônica Araújo, do BES Securities, espera R$ 550 milhões. Siqueira atribui os ganhos recordes das siderúrgicas, neste ano, principalmente ao comportamento favorável dos preços do aço. No terceiro trimestre, ele acredita que parte dos ganhos vieram da alta dos preços do aço no mercado doméstico, que subiram 15%, favorecendo o caixa das empresas. Siqueira estima que a CSN obtenha lajida entre julho e setembro de R$ 1,35 bilhão e uma receita líquida de R$ 2,9 bilhões. Por conta de um caixa mais alto, o analista acredita que a companhia poderá abater um pouco de sua dívida bruta, de R$ 8,3 bilhões. As usinas de aço têm enfrentado também aumento de seus insumos, como carvão, cuja cotação está na faixa de US$ 60 a US$ 70 por toneladas. Para o analista da Merrill Lynch, porém, este impacto nas contas das empresas é compensada pelos preços do aço, que crescem em ritmo mais forte. No seu cenário, no último trimestre do ano os preços vão continuar subindo, mas não da mesma forma que no segundo e no terceiro.