Título: Custo de operação cairá com leilão binacional
Autor: Marli Lima
Fonte: Valor Econômico, 10/11/2004, Empresas, p. B-7

Dólar alto é sinônimo de bons resultados para Itaipu, que tem faturamento em moeda americana e custos pagos em real ou guarani. Quando ele cai, corrói parte do orçamento. O de 2004, por exemplo, foi fechado quando um dólar valia mais de três reais. Como hoje ele vale menos, medidas de redução de custos tornam-se ainda mais importantes. O desafio de gastar menos tem sido encarado pela diretora financeira de Itaipu, Gleisi Hoffmann, que está implantando um sistema para a realização de pregões eletrônicos binacionais. A novidade será testada no dia 17. As ofertas poderão ser feitas em real e guarani, que serão automaticamente convertidas para o dólar. O software foi desenvolvido em parceria com o Banco do Brasil. "É um sistema inédito no mundo", diz. Segundo Gleisi, no ano passado foram usados US$ 51 milhões em compras de equipamentos e contratos de manutenção e assistência técnica. Em 2004, foram gastos US$ 35 milhões até outubro. Junto com outras ações, como melhor uso do estoque e revisão dos contratos de compra e manutenção de equipamentos de informática, a executiva espera economizar R$ 7,5 milhões no ano. Atualmente Itaipu possui cerca de quatro mil fornecedores ativos, mas os fornecedores do Banco do Brasil também poderão participar da oferta. Os interessados devem fazer cadastro nas agências do banco, tanto no Brasil como no Paraguai. Durante o pregão, os ofertantes poderão melhorar suas propostas imediatamente caso os concorrentes ofereçam preços mais baixos. A economia será obtida não só com a queda dos valores dos produtos, mas também do processo licitatório. Por vias tradicionais, um processo custa R$ 360. Com o pregão, o preço baixa para R$ 108, já que tudo é feito é feito por via eletrônica, o que elimina custos com publicações e envio de correspondências. O prazo para conclusão de um processo também cairá de 120 para 30 dias. Nos últimos dois anos a empresa tem trabalhado na criação de um catálogo eletrônico de estoque, que é formado por cerca de 29 mil itens e ocupa 12 galpões. Como nem sempre a descrição das peças era perfeita, 30% dos pedidos feitos ao pessoal do estoque tinham de ser devolvidos ao departamento. (ML)