Título: MEC aperta o cerco a cursos de pós-graduação
Autor: Andrea Giardino
Fonte: Valor Econômico, 10/11/2004, Eu & Carreira, p. D-6

O Ministério da Educação decidiu fiscalizar de forma mais intensiva a oferta de cursos na área de negócios com o perfil de pós-graduação, entre eles os MBAs. A intenção do MEC é criar um cadastro para identificar e regularizar os cursos que estejam fora do padrão de qualidade do órgão. As regras para as instituições que pedem autorização para abrir um curso desse tipo continuam as mesmas: carga horária de 360 horas, pelo menos 50% do corpo docente com título de mestre ou doutor e exigência de monografia no encerramento do curso. O objetivo do MEC é mapear a oferta de MBAs no país que hoje funcionam sem registros e saber de que forma os conteúdos desses cursos foram montados. "É por isso que queremos juntar esforços e ajudar o MEC nessa tarefa", afirma Luca Borroni-Biancastelli, secretário executivo da Associação Nacional das Escolas de MBA (Anamba). Segundo ele, a falta de um controle mais rígido permite que os programas de pós-graduação sejam vistos no Brasil como sinônimo de MBA. Assim, a Anamba criou uma série de regras, baseadas no modelo da Association to Advance Collegiate School of Business (AACSB), que reúne mais de 400 das melhores escolas de MBA dos Estados Unidos e Europa. "A associação criará critérios básicos de avaliação, como grade curricular mínima e qualificação dos professores", explica. "Não iremos substituir os órgãos oficiais, mas queremos atuar como uma fonte de informação para os alunos." Assim, os cursos que tiverem boa classificação ganham um selo de qualidade da Anamba. Para isso, eles precisam ter uma carga mínima de 480 horas de aulas presenciais; conteúdo formado em sua maior parte por disciplinas como finanças, marketing, logística, economia e gestão de pessoas; trabalho de conclusão do curso com analisados por uma banca examinadora; além de um corpo docente formado por 75% dos professores com título de mestrado ou doutorado. (A.G.)