Título: Ministro acautela-se sobre grampos
Autor: Juliano Basile
Fonte: Valor Econômico, 09/11/2005, Política, p. A5

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Jorge Félix, disse ontem que será impossível apurar as várias denúncias de existência de escutas clandestinas em gabinetes de deputados com base apenas nas declarações dadas por eles. "Se nós não tivermos nenhum dado, se nós não tivermos nenhum fato, se nós não tivermos nenhum indício do que ocorreu, como ocorreu e de que forma ocorreu, é impossível nós apurarmos. Apenas com uma informação verbal, "fui grampeado´, não dá para fazer nada", afirmou Félix, depois de visita ao presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Segundo ele, não se tratou do assunto grampos na breve conversa. Nos últimos dias, vários deputados envolvidos na apuração das denúncias de mensalão reclamaram de suspeita de grampos. Alguns, como o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), chegaram a responsabilizar a Abin pelos grampos. Ontem, o gabinete de ACM Neto foi vistoriado pela Polícia Federal, mas nada foi encontrado. No caso do presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), a segurança interna da Câmara constatou que um objeto estranho, cheio de fios, encontrado em seu gabinete na semana passada, na verdade era uma parte de um relógio de parede que se soltou - e não uma escuta clandestina.