Título: Unibanco aumenta o lucro para R$ 1,3 bilhão
Autor: Maria Christina Carvalho
Fonte: Valor Econômico, 11/11/2005, Finanças, p. C1

O aumento das operações de crédito e a redução das despesas explicaram o aumento de 46,4% do lucro líquido do Unibanco, de R$ 908 milhões de janeiro a setembro de 2004 para R$ 1,329 bilhão em igual período deste ano. Somente no terceiro trimestre o banco teve um lucro líquido de R$ 475 milhões. O Unibanco conseguiu manter, pelo quarto trimestre consecutivo, a promessa feita pelo presidente Walter Moreira Salles de dar aos acionistas um retorno acima de 20%. O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido no balanço de nove meses ficou em 21,3%. O analista Pedro Guimarães, do Banco Pactual, no entanto, calculou que o retorno cai para 18,3% se for ajustado ao pagamento do bônus aos funcionários acertado no acordo salarial deste ano, à redução das provisões para crédito e ao uso de crédito tributário. Também em busca do resultado recorrente, a Merrill Lynch chega a um retorno próximo, de 19%. As units do banco fecharam estáveis em R$ 25,15, em um dia em que a Bovespa operou em baixa praticamente o tempo todo, mas acabou subindo 0,18%. O vice-presidente corporativo, Geraldo Travaglia, destacou o crescimento de 20,23% da carteira de crédito, de R$ 30,667 bilhões em setembro de 2004 para R$ 36,872 bilhões em setembro passado, como determinante no crescimento dos resultados, especialmente das operações voltadas para a pessoa física. "Desde a reestruturação do ano passado, o banco resolveu focar nas carteiras de maior rentabilidade, que são exatamente as de varejo", disse Travaglia, acrescentando que só a carteira de cartões cresceu 44%, 10 pontos acima dos 34,9% de expansão do crédito para varejo em geral, que atingiu R$ 20,82 bilhões em setembro passado. Já o crédito para grandes empresas aumentou bem menos, 12,4% para R$ 16,1 bilhões no mesmo período. A carteira de cartões cresceu apesar da venda da participação do banco na Credicard e da Orbitall aos ex-sócios Itaú e Citigroup. A expansão foi, porém, garantida pela compra do HiperCard, operação de cartões que pertencia ao grupo nordestino Bompreço e hoje é o cartão da rede Wal-Mart. O HiperCard tinha uma carteira de R$ 400 milhões quando foi adquirida, no primeiro trimestre do ano passado. Em setembro de 2004 estava com R$ 894 milhões e saltou para R$ 1,338 bilhão no mesmo mês deste ano. O vice-presidente corporativo do banco notou que o crédito cresceu sem prejuízo à qualidade. O percentual de créditos classificados entre AA e C ficou em 92,7%. Mas as despesas com provisões aumentaram em 38% para R$ 1,248 bilhão nos nove meses deste ano, levando o saldo para R$ 1,789 bilhão, equivalente a 4,9% da carteira. (MCC)