Título: Economista-chefe descarta crise no curto prazo
Autor: Catherine Vieira
Fonte: Valor Econômico, 08/11/2005, Finanças, p. C2

Apesar de apontar a redução das vulnerabilidades aos fluxos de capitais externos como a grande prioridade para os países latino-americanos, o economista-chefe do BID, Guillermo Calvo, não vislumbra motivos para acreditar que uma crise esteja no horizonte global, o que poderia provocar uma nova parada súbita, como a que ocorreu, por exemplo, em 1997, após a crise da Ásia. Em sua apresentação ontem, no BNDES, Calvo disse que a economia americana realmente tem um desequilíbrio fiscal que a assombra, mas lembrou que, por outro lado, a dívida dos Estados Unidos é baixíssima, o que poderia tornar confortável manter o déficit por um período e suportar taxas de juro nos níveis dos atuais 4% por um tempo prolongado. "Isso não seria uma novidade na economia americana, ocorreu na década de 60. Além disso, as taxas de juro de longo prazo refletem expectativas positivas", refletiu ele. Para o economista do BID, problemas vindos de uma abertura gradual da China , como uma eventual redução drástica da poupança interna chinesa, hoje em 40%, poderia, aí sim, ser drástico para a economia global. Mas na visão dele, há pouquíssimas chances de ocorrer. Segundo Calvo, os preços do petróleo também não parecem um fator de risco tão preocupante. (CV)