Título: No Brasil, segurança dá impulso aos resultados
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 21/11/2005, Especial, p. A12

Embora não negue que os escândalos contábeis e a troca da direção mundial tenham respingado na operação nacional, a subsidiária brasileira da CA garante que deixou a fase turbulenta para trás. Em recente entrevista ao Valor, Marco Leone, presidente da empresa no Brasil, disse que a fornecedora de software espera crescer no país mais de 20% no ano fiscal iniciado em abril, depois de um salto de 25% no exercício anterior. A companhia, no entanto, não divulga os resultados locais. Os principais mercados da CA no Brasil estão nos setores financeiro e público, que juntos respondem por 60% da receita. As áreas de telecomunicações e indústria também são importantes. Em qualquer segmento, o que tem puxado o crescimento são os projetos de segurança, com destaque para a "gestão de identidade" - o controle da inclusão e exclusão de funcionários da rede de computadores de uma empresa e a definição de que tipo de informações cada pessoa pode acessar. Sem as precauções adequadas, é comum que funcionários que se desligaram da companhia continuem a ter senhas válidas. A CA, ao lado de concorrentes como Novell e Hewlett-Packard (HP), oferecem softwares e consultoria para administrar esse problema. "Os bancos estão interessados em gestão de identidades, que é fundamental para conter fraudes", diz Leone. Outra estratégia para crescer é a oferta de um pacote de "gestão integrada de tecnologia" - que nada mais é do que a união de diversos produtos da companhia, vendidos em conjunto com serviços de consultoria. Formada por meio da aquisição de dezenas de fornecedoras de softwares nos últimos anos, a CA cresceu e tornou-se uma empresa que nem todos no mercado de tecnologia sabem definir com precisão o que faz. Sua especialidade são programas que ajudam a administrar o parque de tecnologia de uma companhia, gerenciando coisas tão diferentes como o desempenho dos sistemas ou as falhas de segurança. A oferta de um pacote que amarra seus produtos cria o que Leone gosta de comparar com um sistema de gestão ou ERP para o departamento de tecnologia. "As empresas já integraram toda a parte financeira, reunindo dados contábeis de diversos departamentos em bases comuns e eliminando processos redundantes", diz. "Curiosamente, o departamento de TI - o mesmo que cuida do ERP - ainda não faz isso internamente. A tecnologia não tem uma gestão integrada como ocorre com as finanças."