Título: Dilma se acerta com Temer
Autor: Pariz, Tiago
Fonte: Correio Braziliense, 05/05/2010, Política, p. 3

Correio Braziliense

Pré-candidata petista faz convite oficial ao presidente da Câmara para que, em caso de apoio do PMDB, ele seja o vice de sua chapa na corrida pelo Palácio do Planalto. Temer preside sessão da Câmara. Depois, participou de jantar com Dilma A pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, decidiu formalizar a indicação do presidente do PMDB e da Câmara, Michel Temer (SP), para vice de sua chapa. A campanha de Dilma, após intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viu-se obrigada a acelerar a aliança para fazer um contraponto ao pré-candidato do PSDB, José Serra. O encontro entre Dilma e Temer ocorreu na casa da ex-ministra, no Lago Sul, e terminou pouco depois das 23h. ¿Ela me disse que, se o PMDB formalizar o apoio, gostaria muito que eu fosse o vice¿, afirmou Temer. ¿Tenho muito apreço pelo Temer e o considero um nome muito importante dentro do PMDB para a pré-candidatura a vice¿, complementou Dilma. A partir de agora, os dois disseram que vão unir esforços para resolver impasses nos estados. O encontro foi marcado após intervenção do presidente da República nos rumos da campanha(1). De Lula partiu o pedido pela realização do jantar para solidificar a aliança, num momento em que os coordenadores petistas encontram obstáculos no desempenho político da candidata e veem aumentar a ansiedade para ultrapassar o pré-candidato do PSDB, José Serra, nas pesquisas de intenção de votos. O PMDB discute internamente qual a melhor data para realizar a Convenção Nacional que formalizará o apoio. A primeira opção é por 12 de junho, um dia antes da data marcada pelo PT. Havia uma discussão para jogar a convenção para o dia 22 ou realizar um congresso do partido na próxima semana, mas os peemedebistas pró-aliança com Dilma preferem realizar um único encontro na data mais próxima da convenção petista. A estratégia de antecipar o convite a Temer foi um contraponto à campanha tucana, que ainda não tem definido como vai chegar ao nome do vice. Dentro do PSDB, não há consenso sobre o perfil do vice, nem de qual partido deve ser. Há possibilidade de o indicado partir do DEM ou do PPS. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso gostaria que o vice fosse mineiro. Um dos nomes sempre lembrado é o do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, mas há políticos que preferem um nordestino.

Investida no PP A investida em cima de Temer ocorreu depois de Dilma receber para um almoço a cúpula do PP, que também flerta com apoio ao PSDB de Serra e tem o presidente do partido, senador Francisco Dornelles (RJ), apontado como potencial vice da chapa tucana. O senador pelo Rio, no entanto, não quis comprometer o apoio de sua legenda aos petistas. Segundo ele, os diretórios regionais continuam liberados para formalizar alianças com o partido que for melhor para a estratégia de aumentar o número de deputados e senadores. Dos 27 diretórios estaduais do PP, 20 são favoráveis à aliança com Dilma e sete preferem o acordo com José Serra.