Título: Enquanto o país tenta amenizar travas, Ucrânia amplia embargo
Autor: Raquel Landim
Fonte: Valor Econômico, 24/11/2005, Agronegócios, p. B13

Uma equipe de técnicos do Ministério da Agricultura esteve na Argélia nas últimas duas semanas para negociar com o governo local a flexibilização do embargo à carne bovina brasileira por causa da aftosa. Lino Colsera, diretor do Departamento de Políticas e Acordos Comerciais do ministério, e seu colega Ricardo Cotta Ferreira, diretor do Departamento de Promoção Internacional, reuniram-se com representantes do governo argelino para explicar os mecanismos de controle da doença adotados pelo Brasil. O Brasil pediu à Argélia para que o país regionalize a proibição à carne bovina, restringindo o embargo ao Estado do Mato Grosso do Sul. Brasília aguardava para ontem um fax da Argélia sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição o ofício ainda não havia sido recebido. Segundo Mário Mugnaini, secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que participou da última reunião com os argelinos, o Brasil tentou convencer a Argélia que não era necessário estender o embargo a São Paulo. Oficialmente, a Argélia não faz parte da lista de países que proibiram a importação de carne bovina, já que não é obrigada a comunicar esse tipo de decisão porque não faz parte da Organização Mundial de Comércio (OMC). Neste ano, até setembro, o Brasil exportou US$ 74,9 milhões de carne bovina à Argélia. No fim do dia, entretanto, houve mais um revés na estratégia do ministério de buscar amenizar as travas: a Ucrânia ampliou o embargo às carnes brasileiras para todo o país, como já havia feito a Argentina.