Título: Coleta de material reciclável com frota da empresa
Autor: Lizete Teles de Menezes
Fonte: Valor Econômico, 25/11/2005, Valor Especial / EMPRESA & COMUNIDADE, p. F5

Ir além das obrigações legais é o lema para os donos do Grupo Zema. Para o presidente, Ricardo Zema, e o vice, seu filho Romeu Zema Neto, num país que carece de bons exemplos, as empresas precisam fazer mais do que pagar corretamente os impostos. Foi com este espírito que nasceu o Projeto Esperança, um ação social baseada principalmente na reciclagem de lixo que já beneficiou mais de 300 instituições carentes desde 2000. Todo papel, papelão, alumínio, plástico ou isopor descartado pelas empresas do grupo é prensado e vendido para usinas de reciclagem. Essa receita é destinada para as entidades das cidades onde o grupo atua, quase cem localidades no interior de Minas e de São Paulo. Mais do que envolver as empresas e seus funcionários, os Zema conseguiram mobilizar as comunidades destas cidades. Coletores de material reciclável foram instalados em todos os pontos de venda do grupo - 104 lojas de eletrônicos e 65 postos de combustível, além de concessionárias de automóveis -, recebendo material que os clientes levam de casa. Fornecedores do grupo também já aderiram ao projeto e contribuem entregando lixo reciclável recolhido em suas próprias empresas. Em Araxá, onde está a sede do grupo, os coletores foram espalhados por diversos pontos da cidade, como escolas e bancos, além dos pontos de venda Zema. A empresa encarrega-se de fazer a coleta, utilizando os caminhões da sua frota. O material recolhido é levado para o centro de distribuição da rede Eletrozema. Os empresários mineiros responsabilizam-se por todas as despesas do trabalho, do salários dos funcionários do Projeto Esperança ao combustível necessário para fazer a rota de coleta. A receita com a venda do material compactado vai integralmente para a conta corrente do projeto. O programa cresceu tanto que, há pouco mais de um ano, foi preciso contratar mais um funcionário: uma administradora de empresas para trabalhar unicamente na coordenação do programa, Heliene Lemos. "O retrato da conscientização é ver, na segunda-feira, o funcionário chegando com as suas latinhas do fim de semana", comemora Heliene. O aumento no volume de coleta é outra tradução. Em 2004, foram recolhidas 199 toneladas. Para este ano, a perspectiva é atingir 300 toneladas. A venda do material compactado representa receita de R$ 10 mil por mês.