Título: Economistas defendem ênfase no crescimento
Autor: Maria Christina Carvalho
Fonte: Valor Econômico, 29/11/2005, Finanças, p. C2

A retomada do crescimento econômico foi um dos principais temas debatidos, ontem, no seminário "Reavaliação do risco-Brasil", realizado pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas e pelo jornal Valor Econômico. Para Paulo Leme, diretor gerente da Goldman Sachs, o Brasil "conquistou credibilidade forte mesmo com a crise política, com o investidor mais impressionado com o fluxo de conta corrente e os juros elevados". Mas, para ele, o Brasil precisa crescer mais. No ano passado, disse, ficou abaixo da média dos outros mercados emergentes, que cresceram 7,2%. "O Brasil precisa retomar a agenda de reformas econômicas e reequilibrar política macro, de modo a usar mais o crédito, o juro e a política salarial para estimular a economia, usando de modo sentado o aumento da oferta e da demanda agregada", receitou Leme. Para o economista para a América Latina do Santander, José Juan Ruiz, o "Brasil preenche dois terços dos requisitos para ter grau de investimento. Mas falta o um terço restante". Um dos principais problemas, para ele, é o baixo nível de investimento, que contém o crescimento. Também presente ao seminário, o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, afirmou que, desde que feitas as escolhas certas, a economia brasileira tem condições de crescer 5% em 2006, sem pressão inflacionária. "Não vejo por que não", afirmou, avaliando que há "espaço e fôlego" para tal desempenho se a política fiscal ajudar, as outras reformas estruturais ocorrerem e o país facilitar os investimentos. (MCC e PL)