Título: BANCO: NINGUÉM TEVE ACESSO A RELATÓRIO
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: Valor Econômico, 09/12/2005, O País, p. 3

`As informações referentes a processos são protegidas por sigilo bancário¿

BRASÍLIA. O Banco Central, por meio de sua assessoria de imprensa, rebateu as críticas de Godinho ao afirmar que nenhum funcionário, ex-funcionário ou até mesmo o Banco Rural tiveram acesso às informações do relatório do BC sobre a instituição mineira. O BC sustenta que dirigentes e funcionários do Banco Rural apenas foram informados sobre a determinação de fazer provisionamentos de ¿créditos duvidosos¿, da ordem de R$165 milhões, o que foi realizado. Esses créditos se referiam a empréstimos do banco feitos ao PT.

¿No âmbito do Banco Central, eventuais irregularidades cometidas por instituições financeiras são tratadas em processos específicos visando à instauração do competente processo administrativo punitivo, se adequado. As informações referentes a eventuais processos são protegidas por sigilo bancário¿, informou o BC. A instituição argumentou ainda que concentra suas ações de fiscalização na identificação de riscos a instituições financeiras e outros e que, portanto, a origem e o destino dos recursos cabem aos demais órgãos reguladores.

O Banco Rural, em nota, também rebateu as acusações de que sua direção teria determinado a alteração dos relatórios. A nota ressalta ainda que as ações movidas contra o ex-superintendente não visam cercear direito de ninguém, mas proteger o banco e seus diretores de acusações infundadas.

Além disso, o Banco Rural informa que os empréstimos concedidos ao PT e às empresas de Marcos Valério foram contabilizados no balanço do Sistema Financeiro Rural e listados no cadastro da Central de Risco de Crédito do Banco Central. E por determinação do BC, tais operações de crédito foram integralmente provisionadas no balanço referente ao primeiro semestre de 2005.