Título: Fiergs prevê alta de até 3,5% em 2006
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 07/12/2005, Brasil, p. A3

Depois da desaceleração da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro dos 4,9% em 2004 para a estimativa de 2,6% neste ano, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), prevê uma alta de no máximo 3,5% em 2006. Isto se não houver turbulências típicas de ano eleitoral e se o governo federal mantiver os "pilares" da sustentação da economia que tantas reclamações acabaram provocando entre os empresários ao longo de 2005: superávit primário, metas de inflação e câmbio flexível. "Não se espera uma mudança brusca na política econômica; estamos falando da necessidade de ajustes", afirmou ontem o presidente da entidade, Paulo Tigre. Segundo ele, o Banco Central vem mantendo a "mão pesada demais" sobre política monetária e os gastos públicos do governo federal foram "reduzidos demais", comprometendo o desempenho da economia brasileira. Para a Fiergs, o cenário mais otimista tem 70% de chances de se concretizar, mas mesmo assim o crescimento de 2006 ainda será "deplorável" diante da necessidade de expansão sustentada de 5% a 6% nos próximos anos. A hipótese leva em consideração uma expansão de 4,3% no PIB mundial. Neste caso, a Fiergs projeta a criação de 1,4 milhão de empregos no país em 2006 (ante 1,2 milhão em 2005), taxa Selic nominal de 15,5% no fim do ano e IPCA de 4,55%, abaixo dos 5,6% previstos para este ano. Na previsão mais pessimista, a Fiergs estima uma expansão de 2,63% no PIB, Selic nominal de 18% no fim de 2006, IPCA de 6,5% e 1,3 milhão de novos empregos.