Título: Empresas atacam o modelo
Autor: Pires, Luciano
Fonte: Correio Braziliense, 06/05/2010, Economia, p. 19

Embora tenha sinalizado que espera contar com a parceira e que pretende integrar as grandes empresas privadas de telecomunicações ao plano de banda larga, o governo recebeu duras críticas quanto à forma como o programa de universalização da internet foi concluído. As gigantes do setor temem pela entrada da Telebrás no mercado. O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Movel Celular e Pessoal (SinditelBrasil) emitiu nota ressaltando a importância de se preservar o bom ambiente de negócios construído no país desde a privatização ocorrida no fim dos anos 1990. ¿A entrada de competidores com eventual tratamento privilegiado para a obtenção de licenças, espectro radioelétrico, financiamento e tratamento tributário diferenciados distorce práticas saudáveis de funcionamento de um mercado competitivo, violando o princípio da isonomia¿, justificou a entidade. As telefônicas fixas e móveis se reuniram por diversas vezes com os órgãos responsáveis pelo PNBL ao longo de quase um ano na tentativa de modificar as linhas gerais da proposta. Segundo o governo, não foi possível chegar a um consenso, por isso a entrada da Telebrás acabou se tornando inevitável. O Ministério do Planejamento e a Casa Civil não veem qualquer privilégio na operação. As empresas questionam. O ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros, sócio da Orion Consultores Associados, disse ao Correio que a recriação da estatal levanta questões jurídicas e comerciais importantes. ¿A Telebrás é uma empresa que está preparada para a liquidação¿, resumiu. De acordo com Quadros, o plano, que é importante, deveria incentivar o investimento privado e induzir a redução de tributos estaduais.