Título: "Não houve formação de quadrilha"
Autor: Marta Watanabe
Fonte: Valor Econômico, 09/12/2005, Empresas &, p. B

O advogado da Daslu, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, aguardava, na tarde de ontem, o recebimento da denúncia contra seus clientes, os empresários Eliana Tranchesi, dona da Daslu, e Antônio Carlos Piva de Albuquerque, irmão de Tranchesi e diretor financeiro da loja. Mas já adiantou a estratégia da defesa. "Em primeiro lugar, não houve formação de quadrilha. Para isso, deveria ter havido um conluio para a prática de um delito, o que não ocorreu", afirma. Segundo o advogado, a acusação de "descaminho", ou seja, de que a Daslu importaria mercadorias sem pagar os impostos devidos, não procede. A Daslu compraria mercadorias nacionalizadas, ou seja, que já haviam sido importadas por outra empresa. Segundo Mariz de Oliveira, a denúncia agora será encaminhada ao juiz, que deverá marcar um interrogatório. Em seguida, o processo corre com a apresentação de testemunhas. O advogado acredita que o processo todo não deverá levar menos de um ano. Eliana, seu irmão e o empresário Celso de Lima, sócio da importadora Multi Import, foram presos em julho deste ano, durante a "Operação Narciso", ação conjunta entre a Polícia Federal , a Receita Federal e o Ministério Público Federal. Na ocasião, foram apreendidos computadores, notas fiscais e documentos da empresa.