Título: Importação de alumínio cresce com dólar fraco
Autor: Patrícia Nakamura
Fonte: Valor Econômico, 09/12/2005, Empresas &, p. B6

Não-ferrosos

O real valorizado fez as importações de alumínio subirem 25,2% neste ano em comparação a 2004, estima a Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Foram importadas 122,8 mil toneladas, com destaque para produtos semi e manufaturados. Por outro lado, as exportações caíram 5,7% em comparação com o ano anterior e somaram 979,1 mil toneladas, principalmente de alumínio primário e ligas. As vendas externas devem gerar receitas de US$ 2,9 bilhões, ante os US$ 469 milhões de importações. De acordo com o presidente da Abal, Luis Carlos Loureiro Filho, o setor começa 2006 em estado de alerta, pois o dólar fraco e o aumento de custos (sobretudo energia elétrica) podem fazer com que o Brasil perca competitividade e afaste novos investimentos. Enquanto o mercado internacional preocupa, a demanda doméstica bate recorde. O consumo interno de alumínio deve fechar o ano com 805,6 mil toneladas, um aumento de 9,1% em comparação a 2004. O movimento, afirmou o presidente da entidade, deve-se à retomada dos investimentos em geração de energia. Só o segmento de fios e cabos elétricos teve um desempenho 65,6% melhor. Entretanto, o crescimento do consumo interno seria de apenas 6% se excluída a divisão de cabos. Por outro lado, a queda de consumo de laminados foi de 6,5% no ano. A Abal não divulgou o faturamento previsto para este ano. As produtoras de alumínio primário fecham o ano com a produção de 1,49 milhão de toneladas, um acréscimo de apenas 2,6% em comparação a 2004. As empresas do setor trabalharam a plena capacidade. "Há um déficit do material no mundo todo, o que tem provocado a alta dos preços", informou Loureiro. No mercado internacional, a tonelada do produto chegou a ser negociada a US$ 2,2 mil (o maior valor em 16 anos) e a expectativa é de manutenção dos preços altos nos próximos três anos, quando começam a maturar investimentos em novas unidades de produção no mundo todo. A expectativa é de que o consumo mundial de alumínio cresça 5% por ano até 2010, principalmente por conta da China. Dessa forma, a produção mundial deve sair da casa dos 33 milhões de toneladas para 40 milhões. No Brasil, estão previstos para os próximos cinco anos investimentos de US$ 6 bilhões.