Título: Marinho critica Banco Mundial
Autor: Arnaldo Galvão
Fonte: Valor Econômico, 15/12/2005, Brasil, p. A3

Diminuir os custos da contratação de profissionais, o que muitos chamam de "flexibilização das leis trabalhistas", não significa que serão criados mais empregos. O alerta foi dado ontem pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ao criticar, duramente, as recomendações do Banco Mundial para melhorar o clima de investimentos no Brasil. "O Banco Mundial não entende desse assunto e seus representantes falam muita besteira", atacou o ministro. Segundo Marinho, o que garante a criação de empregos é o crescimento da economia e não a redução dos custos de contratação para o empresário. O estudo do Banco Mundial divulgado na terça-feira defendeu mudanças na legislação trabalhista. Para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a proposta é a de um acesso "mais liberal" a essas contas ou "eliminá-las totalmente". A instituição também concluiu que seria melhor para o clima de investimentos eliminar a multa na rescisão dos contratos de trabalho, que atualmente rende 40% do saldo do FGTS para o empregado dispensado. A proposta é obrigar a empresa a depositar essa quantia no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O ministro do Trabalho defendeu o FGTS e o FAT. Disse que são eles que sustentam o desenvolvimento do país e o FAT ainda é responsável pela capitalização do BNDES. Marinho também informou que o orçamento do FGTS para 2006 é de R$ 10 bilhões. (AG)