Título: Trabalhador fica mais horas no serviço, revela pesquisa
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 16/12/2005, Brasil, p. A2

Os trabalhadores estão ficando mais horas no emprego. Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que entre 1996 e 2004 poucas categorias profissionais conquistaram, nas negociações coletivas, jornada inferior a 44 horas semanais, estabelecida pela Constituição de 1988. Apenas 13 negociações, de um total de 90, estabeleceram limites inferiores para a jornada: dez da indústria (borracha, extrativa, metalúrgica, papel e química) e três do setor de serviços (processamento de dados, transporte coletivo e passageiros e transporte aéreo). De acordo com o levantamento, poucos acordos limitaram a prática de horas extras, e uma das características marcantes na negociação foi a redução dos percentuais pagos pelo trabalho extra, o que ocorreu em cerca de um terço dos acordos. Houve também tendência de redução de tempo de intervalo para repouso e alimentação, especialmente no setor industrial. Em relação ao banco de horas, mecanismo que permite alterar a jornada dos trabalhadores, aumentando ou diminuindo o tempo de trabalho durante determinado período (de acordo com as necessidade da empresa), mais da metade das categorias profissionais previu a implantação.