Título: AL eleva superávit em conta corrente, diz Cepal
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Fonte: Valor Econômico, 16/12/2005, Internacional, p. A13

A economia da América Latina e do Caribe deverá registrar crescimento de 4,3% em 2005, o que configuraria o terceiro ano consecutivo de crescimento na região, segundo relatório preliminar divulgado ontem pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe). O documento afirma que o dinamismo da demanda interna nos países latino-americanos e o cenário favorável da economia mundial - que deverá crescer 3,3% este ano - possibilitaram os resultados. Para o ano que vem, o órgão prevê continuidade da fase expansionista do ciclo econômico, com uma taxa de crescimento de 4,1% para a região.

Se confirmados esses resultados, o crescimento anual médio entre 2003-2006 será em torno de 4%, acrescenta o relatório.

Os países que encabeçam a lista dos que mais cresceram neste ano são Venezuela (9%), Argentina (8,6%), Uruguai (6%), Chile (6%) e Peru (6%). A economia brasileira crescerá, pelos cálculos da Cepal, ainda menos que a projeção do mercado: apenas 2,5%. A Cepal destaca o desempenho da conta corrente no balanço de pagamentos dos países da região. "O resultado positivo foi sem precedentes na história econômica da região nos últimos 50 anos", diz o relatório. A estimativa para 2005 é de um saldo em conta corrente positivo, equivalente a 1,3% do PIB. Em 2004 a variação foi de 0,9%, e em 2003, 0,5%. A melhora nas remessas de imigrantes latino-americanos ajudam a explicar isso. O crescimento econômico registrados nos últimos três anos já estaria começando a influir positivamente no mercado de trabalho da região, diz a Cepal. A taxa de desemprego na região caiu de 10,3% em 2004 para 9,3% neste ano. Já os índices de pobreza teriam recuado de 44% em 2002 para 40,6% este ano. O PIB per capita, por sua vez, subiria em 3%. A Cepal disse ainda que os governos estão aproveitando a conjuntura econômica favorável para melhorar suas contas públicas. A publicação anual, uma das mais importantes feitas pelo órgão, inclui dados oficiais até 30 de novembro dos países estudados.