Título: Japão quer mulheres no governo
Autor: Associated Press De Tóquio
Fonte: Valor Econômico, 09/01/2006, Internacional, p. A9

O governo japonês aprovou um conjunto de medidas que deverão colocar mais mulheres em cargos de alto nível governamental e proporcionarão maior apoio a mães que trabalham. O plano, aprovado em reunião do Gabinete, visa elevar o percentual de mulheres recrutadas para os níveis mais altos de carreira no governo - dos atuais 21,5% para cerca de 30% no ano fiscal de 2010. As novas regras admitem que as mulheres com atividade em tempo integral no governo central trabalhem menos horas enquanto tiverem crianças pequenas ou estiverem cuidando de membros de suas famílias, e exortam funcionários públicos homens a gozar de licença paternidade, segundo o website da Casa Civil. O plano dá seguimento ao plano governamental de Igualdade Básica entre Gêneros, adotado originalmente em 2000, e também exorta as empresas a recontratar mães que tenham deixado seus empregos após dar à luz. O governo japonês ainda apresentará medidas de apoio a mulheres empreendedoras disponibilizando informações sobre como abrir uma empresa e oferecendo a assessoria de orientadores, segundo o plano. A aprovação do plano acontece num período em que o país registra um declínio na taxa de natalidade - que atingiu um mínimo recorde de 1,29 criança por mulher em 2004. O Japão também defronta-se com grave escassez de mão-de-obra nos próximos anos, à medida que a população envelhece, o que vem provocando discussões sobre a inclusão de mais mulheres e de imigrantes no trabalho. A igualdade entre os gêneros é uma questão importante no Japão, onde os homens ocupam a maior parte dos cargos de alto nível gerencial nas empresas e as mulheres geralmente largam seus empregos após dar à luz, devido à escassez de creches. O Japão ocupa o 44º lugar entre 80 países no índice de Participação por Gênero, de acordo com o relatório de desenvolvimento humano de 2005 da ONU. Com base no cálculo da participação das mulheres na geração de renda, da proporção de mulheres profissionais e em ocupações técnicas, de mulheres administradoras e gerentes e da proporção de assentos ocupados por mulheres em Parlamentos, o índice avalia se são proporcionadas às mulheres as condições para participar de atividades econômicas e políticas ou de tomadas de decisões.