Título: Pernambuco pode receber US$ 4,5 bi em investimentos
Autor: Raquel Salgado
Fonte: Valor Econômico, 19/12/2005, Brasil, p. A4

Pernambuco deve receber cerca de US$ 4,5 bilhões em novos projetos públicos e privados nos próximos anos, situação que deve gerar mais de 600 mil postos de trabalho ao longo de toda as cadeias produtivas. Somente a refinaria anunciada pela Petrobras em parceria com a venezuelana PDVSA, orçada em cerca de US$ 2,5 bilhões, deverá gerar aproximadamente 230 mil novas vagas. "Estamos colhendo os frutos de seis anos de investimentos continuados em melhoria e ampliação da infra-estrutura. O Estado optou por este caminho para facilitar a chegada da iniciativa privada. Isto aconteceu em todas as microrregiões pernambucanas", afirma o secretário de Planejamento, Raul Henry. Como exemplo, além dos mais de US$ 4 bilhões previstos para aportarem no Estado já a partir do próximo ano e que estão concentrados na região metropolitana do Recife, ele cita investimentos na área do pólo de fruticultura irrigada no sertão do São Francisco. Ali, foram investidos mais de R$ 100 milhões em obras de infra-estrutura e no fortalecimento de setores básicos como educação. Somente na Estrada da Uva e do Vinho, rodovia que corta o maior pólo nacional de produção de mangas e uvas de mesa, foram aplicados R$ 20 milhões. Naquela região os aportes privados já somam R$ 35 milhões e foram gerados mais de 4,2 mil postos de trabalho. De acordo com o secretário, o governo do Estado está contratando um estudo para avaliar o impacto dos novos investimentos sobre a população economicamente ativa. Somente no caso da refinaria, as 230 mil vagas que deverão ser criadas em torno da cadeia petroquímica correspondem a quase 68% dos atuais 340 mil desempregados da região metropolitana. O documento também servirá como base para identificar eventuais gargalos logísticos e empresariais criados pelas demandas futuras das empresas que devem se instalar em Pernambuco. Apesar das boas perspectivas, o coordenador-geral do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Jairo Santiago, ressalta que boa parte das vagas previstas para o futuro podem não ser preenchidas pela população local. "Essas empresas podem trazer seu staff ou mesmo equipes completas para atuarem por aqui. É necessário preparar e qualificar a mão-de-obra local como forma de garantir empregabilidade em nível regional. Caso contrário, estes empregos e a renda gerada por eles acabam não ficando na região", avalia. Santiago